sábado, 30 de maio de 2009

VIOLÊNCIA

Ladrões assaltam 2 casas de alto padrão no Campo Belo
DO "AGORA"

Um bando com ao menos dez homens assaltou simultaneamente duas casas de alto padrão ontem de manhã no Campo Belo (zona sul).
A quadrilha entrou na casa de uma família após pular o muro de um imóvel nos fundos, que está à venda, enquanto os ladrões que estavam na retaguarda entraram numa casa vizinha.
Na fuga, assaltantes trocaram tiros com a polícia. Dois deles foram presos, e parte das joias e do dinheiro roubados foi recuperada.
O assalto começou quando, fingindo ser um possível comprador, um dos ladrões entrou em uma casa à venda na rua Conde de Porto Alegre, por volta das 9h30.
O caseiro contou que foi rendido e, logo depois, chegaram três homens armados. Enquanto eles o vigiavam, o resto da quadrilha entrou. Segundo o caseiro, três bandidos tinham visitado o imóvel -que vale em torno de R$ 4 milhões- na véspera, dizendo-se interessados.
Segundo a PM, pelo menos três ladrões pularam o muro dos fundos e passaram para a outra casa. Lá, o trio fez refém uma família de orientais.
O imóvel, dizem vizinhos, pertence ao empresário chinês Law Kin Chong, acusado de ser o maior contrabandista do país. A quadrilha procurava joias e dinheiro.
Ao mesmo tempo, integrantes da quadrilha que estavam na rua renderam o morador de outra casa vizinha, que saía na hora do assalto. Armados, eles roubaram joias e uma espingarda.
Vizinhos que perceberam a ação chamaram a PM. Quando a polícia chegou, flagrou três homens fugindo no carro da empresa de segurança que prestava serviço para os orientais. Pouco depois, os ladrões abordaram um motorista e roubaram seu carro para a fuga.
Antes que eles conseguissem partir, os PMs chegaram e houve troca de tiros. Dois desses ladrões foram presos. O resto do bando escapou.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Juíza condena 21 por ligação com PCC em Batatais-SP

RIBEIRÃO PRETO - A juíza de Batatais, na região de Ribeirão Preto, Laura Maniglia Puccinelli Diniz, condenou, no dia 21 deste mês, 21 homens acusados de pertencerem à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Todos foram condenados por formação de quadrilha e associação ao tráfico de drogas. As penas variam de três a sete anos de reclusão - quatro pessoas pegaram as penas maiores.
Os advogados de defesa deverão recorrer da decisão. Os 21 homens foram presos entre 2007 e 2008. Interceptações telefônicas nesse período foram decisivas para a detenção da quadrilha. Nos diálogos o bando tratava de vários assuntos, como assaltos, tráfico de drogas e até uma rifa de veículo entre eles para financiar o "crime".

Prisões em SP abrigam 55% acima do limite, indica SAP

SÃO PAULO - As 146 unidades prisionais do Estado de São Paulo têm, juntas, capacidade real para 95.991 presos, mas abrigavam, até segunda-feira, 148.657, ou seja, estão 55% acima do limite. A situação é mais crítica nos Centros de Detenção Provisória (CDPs), principalmente na capital e Grande SP. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) havia tirado de seu site, no final de 2006, os dados das prisões, mas voltou a disponibilizá-los. As cadeias estão superlotadas nas cinco coordenadorias de unidades prisionais do Estado.



Na da capital e da Grande São Paulo, o número de vagas nas prisões masculinas é de 17.642. Porém, na segunda-feira, elas tinham 36.852 detentos, 108% além da capacidade real. Na da região central há 15.580 vagas masculinas, mas o número de presidiários é de 26.684 (71% a mais). Na coordenadoria do Vale do Paraíba e litoral, o déficit é de 57,5%. Na coordenadoria da região Noroeste, a defasagem é de 47,2%. E, na região oeste, as prisões têm 26,2% presos a mais.



A defensora pública Carmem Silvia de Moraes Barros afirma que um dos motivos da superlotação é a cultura de prender e não soltar. ?É uma forma equivocada de punir. Mesmo aqueles que ficam presos e depois são inocentados passam toda a parte do processo atrás das grades. Isso explica porque os reincidentes que cumprem pena restritiva de direito (penas alternativas, prestação de serviços à comunidade) somam de 5% a 8% e os reincidentes com penas privativas de liberdade (os que ficam presos) somam 85%?, argumenta a defensora.



A reportagem solicitou entrevista com o secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Por problemas de agenda, ele não pôde atender ao pedido. O secretário informou, por intermédio de sua assessoria, que a SAP criará, até o ano que vem, 39.540 vagas com as construções de 49 unidades no Estado, possibilitando a retirada de presos das cadeias públicas e a eliminação do déficit de vagas. De acordo com a SAP, as construções de cinco unidades estão em andamento: CDPs de Franca e Jundiaí e Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José do Rio Preto, além das Penitenciárias Femininas de Tupi Paulista e Tremembé. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Seminário discute papel da mídia na segurança pública

O Ministério da Justiça, o Viva Rio e o Instituto São Paulo Contra a Violência realizam, no dia 27 de maio, no Salão Negro do MJ, o Seminário Temático Mídia e Segurança Pública. O evento é uma etapa preparatória da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg) e tem o objetivo de reunir jornalistas, pesquisadores, estudantes e representantes de organizações civis e governamentais para debater o papel dos meios de comunicação na área.

O seminário será aberto às 9h30 pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Pela manhã, o painel discutirá o tema "Mídia e segurança pública: diagnósticos e desafios dos meios de comunicação". Participam a presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, a pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Silvia Ramos, e o representante da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Stefanelli. O debate será mediado pelo jornalista Fernando Molica, do jornal O Dia.

À tarde, a discussão será sobre "Propostas e diretrizes para a atuação da mídia num novo paradigma de Segurança Pública". Mediado pelo jornalista Aziz Filho, da TV Brasil, o debate terá participação da presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Angelina Nunes, e dos pesquisadores Paulo Vaz (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Suzana Varjão (Fórum Comunitário de Combate à Violência).

O resultado do evento será sistematizado em uma publicação - Caderno Temático Mídia e Segurança Pública - e seu conteúdo servirá de subsídio para as discussões que ocorrerão na etapa nacional da 1ª Conseg, marcada para 27 a 30 de agosto, em Brasília.

Convocada em dezembro de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Conferência vai definir diretrizes e princípios de uma política nacional de segurança pública. É a primeira vez que sociedade civil, poder público e trabalhadores da área discutem, juntos, soluções para o enfrentamento à criminalidade.

Mais informações no site: www.conseg.gov.br

Manifestantes jogam bombas em policiais

Moradores também queimam ônibus em ato contra morte de suspeito de tráfico em DP na zona leste de SP; polícia diz que foi suicídio

Suspeito foi achado morto na cela, enforcado com um cadarço; distrito foi apedrejado, e tumulto acabou após mais de 3 horas


DA AGÊNCIA FOLHA

Aproximadamente 200 manifestantes queimaram um ônibus e atiraram pedras e bombas incendiárias contra policiais na Vila Jacuí (zona leste de SP) na madrugada de ontem. Eles protestavam contra a morte de um suspeito de tráfico no 63º Distrito Policial. A polícia diz que foi suicídio.
De acordo com a polícia, manifestantes se concentraram às 23h50 de anteontem na avenida Maria Santana, ao lado da delegacia, e começaram a atirar pedras em cinco ônibus.
Segundo uma testemunha, um grupo de homens armados e levando três garrafas com gasolina ateou fogo em um dos coletivos. O fogo se alastrou para um ponto de ônibus e a fachada de uma residência. "Vi aquela labareda enorme. Achei que a minha casa fosse queimar inteira", afirmou a aposentada Aparecida de Paiva, 69.
Policiais civis se refugiaram na delegacia, que foi atingida por pedras e bombas de fabricação caseira. Os manifestantes também incendiaram caçambas de lixo e fizeram barricadas. O tumulto foi controlado por volta das 3h com a chegada da Tropa de Choque da PM. Uma pessoa se feriu e duas foram detidas e logo liberadas.
A polícia investiga duas denúncias de que o protesto foi organizado por dois membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em represália à morte do suspeito.
O motivo do protesto foi a morte do desempregado Sérgio dos Santos, 38, preso anteontem à tarde. Segundo o delegado Elton Richard Krull, foram apreendidos com ele cinco papelotes com cocaína. Outros 21 foram encontrados em sua casa, além de R$ 270.
Santos foi colocado sozinho em uma cela do DP. Por volta das 20h30, diz a polícia, ele foi achado morto, enforcado com um cadarço de tênis.
A irmã da vítima, Marli dos Santos, 32, afirmou acreditar que irmão tenha sido assassinado por policiais. "Estava na porta da casa quando o meu irmão foi preso e vi um deles tirar a droga do bolso e colocar na mesa", disse. Krull chamou as afirmações de "especulações".

Para Serra, morte na cadeia "foi estranha"
DA REPORTAGEM LOCAL


O governador José Serra (PSDB) classificou como "estranha" a morte do suposto traficante preso na madrugada de ontem na Vila Jacuí (zona leste).
"Para mim, foi uma morte estranha. Não vou adiantar conclusões porque eu não tenho nem vou dar palpite", afirmou o governador, que disse não saber se o protesto foi uma ação organizada por facções criminosas ou somente uma reação espontânea de moradores.

Para polícia, preso usou papelão para pegar cadarço e se matar
DA REPORTAGEM LOCAL


Policiais civis disseram acreditar que Sérgio dos Santos tenha cometido suicídio no interior de uma cela do 63º DP. Na versão dos policiais, ele teria usado um pedaço de papelão para alcançar um cadarço de tênis que estava do lado de fora da cela. Depois, enforcou-se.
De acordo com o delegado Elton Richard Krull, antes de ser trancado na cela, Santos teve o cinto e os cadarços dos tênis retirados. Um agasalho levado por seu advogado também teve um cordão retirado, de acordo com o policial.
Porém, segundo o delegado, Santos pode ter usado um pedaço de papelão usado na embalagem de quentinhas de refeições de presos para alcançar um cadarço jogado do lado de fora da cela. Depois teria amarrado uma ponta em uma grade e se enforcado. O papelão ficou na cela.
Segundo policiais, Santos não deu sinais de desespero ou de que pretendesse cometer suicídio enquanto ficou na delegacia. A Secretaria da Segurança Pública disse que a Corregedoria da Polícia Civil investigará se os policiais cometeram alguma falta.
O Ministério Público estadual informou que também está investigando tanto a morte do preso quanto o protesto. (LK)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Parentes de vítimas de rodeio vão processar organização

JAGUARIÚNA

O tio de Ariel Avelar e o advogado da família de Viviam Contrera, duas das vítimas de pisoteamento no rodeio de Jaguariúna (SP) no último sábado, disseram que vão entrar na Justiça contra organização do rodeio.
As vítimas, de 18 e 19 anos respectivamente, eram de Campinas. Outras duas pessoas morreram no evento.
Segundo o advogado Ricardo Muller, a família de Viviam deve esperar o fim das investigações e entrar com ação por danos morais e materiais. O valor não foi definido. Almir Avelar, 54, tio de Ariel Avelar, disse que a família também pretende processar a organização do rodeio. O tio disse ainda que o objetivo da ação é alertar para a falta de segurança em eventos com muitas pessoas.
Em resposta às críticas à segurança, a assessoria do rodeio informou que a organização tem os alvarás exigidos. Sobre as ações de indenização, disse que vai esperar a intimação para falar.

Al Qaeda no Brasil

JANIO DE FREITAS

Al Qaeda no Brasil

Prisão de terrorista feita pela PF em São Paulo está sob sigilo rigoroso; só governo dos EUA tem informações


ESTÁ PRESO no Brasil, sob sigilo rigoroso, um integrante da alta hierarquia da Al Qaeda.
A prisão foi feita pela Polícia Federal em São Paulo, onde o terrorista estava fixado e em operações de âmbito internacional. Não consta, porém, que desenvolvesse alguma atividade relacionada a ações de terror no Brasil.
A importância do preso se revela no grau de sua responsabilidade operacional: o setor de comunicações internacionais da Al Qaeda. Tal atividade sugere provável relação entre recentes êxitos do FBI e a prisão aparentemente anterior feita em São Paulo. Há cinco dias, o FBI prendeu por antecipação os incumbidos de vários atentados iminentes nos Estados Unidos, inclusive em Nova York.
A cautela para preservação do sigilo fez a Polícia Federal atribuir a prisão, até mesmo para efeito interno, a investigações sobre células de neonazistas. Só o governo dos Estados Unidos tem informações do ocorrido em São Paulo, mesmo porque o FBI e o grupo americano antiterrorismo têm agentes no Brasil em ação conjunta com a Polícia Federal.
A escolha de São Paulo pela Al Qaeda parece decorrer, ao menos em parte, da conjunção de neutralidade simpática do governo brasileiro ante os países islâmicos e de inexistir, aqui, obsessão (e motivos para tê-la) antiterrorista. São Paulo, por sua vez, como a máfia, a camorra e coirmãs têm demonstrado, proporciona as condições populacionais e urbanísticas para desaparecer-se no gigantismo geral. O que, já nos anos 60-70, fizera os movimentos de luta armada a escolherem para seu campo de ação preferencial.
Por menos que a atividade do agora preso tivesse a ver com o Brasil, do ponto de vista brasileiro há um aspecto grave na constatação de sua presença aqui. Só Foz do Iguaçu, por estar na chamada Tríplice Fronteira, era vagamente citada como possível local de apoiadores de movimentos islâmicos. Com a presença ativa de um integrante da Al Qaeda em São Paulo, o Brasil entra no mapa das fixações internacionais do antiterrorismo. E nisso só há inconvenientes.

Em tempo
A CIA, que previu o uso de armas nucleares pelo Iraque que não as tinha, não previu que a Coreia do Norte estava pronta para explodir uma arma nuclear.
A novidade é um presente combinado do regime tresloucado da Coreia do Norte e ainda de George Bush. Feito o acordo para os norte-coreanos sustarem seu programa nuclear, em troca de ajuda econômica, eles, para justificada surpresa, o cumpriram. George Bush e seus aliados, não. Nem quando advertidos de que o programa, então, seria retomado.
Enquanto você acredita que o Brasil não está na fila de entrada do mundo de armas nucleares, a Editora Paz e Terra lhe oferece nas livrarias um livro muito recomendável. É o pequeno "Um Mundo ou Nenhum" (a tradução do título original é "Nosso Mundo ou Nenhum", melhor), criação já antiga mas atualíssima de eminentes cientistas e pensadores com artigos para o público comum, sobre a ameaça nuclear. A meu ver, leitura indispensável para todo não alienado. Com atenção especial para o texto do velho Einstein

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nova PF pode ter diretor com mandato de 2 anos

Proposta de lei orgânica aumenta obrigações e responsabilidades da polícia
O projeto de Lei Orgânica da Polícia Federal, que já está pronto e passa pelos exames finais do Ministério do Planejamento, cria uma PF disciplinada, hierarquizada, despolitizada, profissional, desprovida de mitos e sem as ações espalhafatosas que a caracterizaram nos últimos anos. Da lei nasceria uma organização proibida de praticar abusos, que serão punidos com demissão ou perda da aposentadoria.

O diretor-geral terá mandado de dois anos, renováveis por mais dois, e será escolhido pelo presidente da República, numa lista tríplice. Hoje é do ministro da Justiça a tarefa de nomear o diretor, e ele não tem mandato - podendo, portanto, ser afastado a qualquer momento pelo ministro. Com a nova PF, o afastamento antes do fim do mandato só pode ocorrer por ordem do presidente da República.

Será uma polícia com Ouvidoria, Conselho Superior de Polícia e de Ética, além de um corregedor com autonomia e independência. Suas atribuições serão desempenhadas somente por ele, salvo mediante solicitação ou celebração de convênio com outras instituições - isso evitaria, por exemplo, o uso indevido de funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), como ocorreu durante a Operação Satiagraha, em que mais de oito dezenas de agentes atuaram a mando do delegado Protógenes Queiroz. Em caso de necessidade, o diretor-geral terá a faculdade de solicitar apoio de outros organismos.

O Conselho de Ética terá composição colegiada e será presidido pelo diretor-geral. Abrirá processos disciplinares administrativos que resultem na propositura de penas mais severas.

200 ARTIGOS

O texto da lei, enxugado ao longo dos últimos dois anos, tem 200 artigos. É mantido sob sigilo, mas o Estado conseguiu uma cópia. Ele amplia as obrigações e os poderes da PF, tornando-a independente e imune a desejos políticos dominantes.

Depois de passar pelo crivo do Ministério do Planejamento, a minuta seguirá para a Casa Civil, onde juridicamente será analisada. Em seguida, será enviada para o Congresso.

Se a Lei Orgânica for aprovada com texto igual ao do anteprojeto, passará a ser da PF, exclusivamente, a segurança do presidente da República, do vice e de ministros, dos presidentes do Senado e da Câmara e do Supremo Tribunal Federal e dos chefes de Estado em visita ao País - hoje, a segurança do presidente e do vice é feita pelas Forças Armadas. E, se for solicitado pelo ministro das Relações Exteriores, caberá à PF fazer a segurança dos chefes das missões diplomáticas brasileiras e dos integrantes das organizações desportivas brasileiras em eventos no exterior. Também caberá à PF fiscalizar e supervisionar a segurança dos estabelecimentos bancários.

Grupo queria entregar celulares a presos com helicóptero de aeromodelismo


Quatro pessoas foram detidas em carro que estava próximo a presídio.
Flagrante foi feito neste domingo em Presidente Venceslau, em SP.


Depois de apreender pombos correios tentando entrar em presídios com celulares, agora a polícia flagrou na noite deste domingo (24) um grupo que tentava cometer esse crime usando um mini-helicóptero, controlado por controle remoto. Celulares e dinheiro também foram apreendidos próximo à Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Venceslau, a 611 km de São Paulo. Quatro pessoas foram presas
O plano do grupo, de acordo com a polícia, era entregar os celulares e o dinheiro aos presos. Ele começou a dar errado quando o carro alugado por eles foi parado pela Polícia Militar numa estrada próxima à penitenciária. Durante a vistoria no veículo, os policiais encontraram o aeromodelo, 14 celulares e quase R$ 1 mil em dinheiro. Tudo fazia parte de uma audaciosa estratégia. As quatro pessoas que estavam no carro, entre elas um jovem de 17 anos, foram detidas. Em depoimento, o adolescente confessou que recebeu R$ 10 mil para comprar o aeromodelo, os celulares e alugar o carro. Contou também que receberia mais R$ 10 mil se conseguisse pousar o helicóptero dentro do presídio. Só não revelou para quem seriam os telefones.

Na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau estão alguns dos presos mais perigosos do estado. Entre eles, os principais chefes da quadrilha que age dentro e fora dos presídios. Os três adultos foram indiciados em flagrante por formação de quadrilha. Segundo a polícia, com a entrega dos telefones, eles ajudariam os presos a cometer crimes e a dar ordens para outros bandidos que estão soltos. O menor foi encaminhado ao Conselho Tutelar do município.

JAGUARIÚNA

Polícia ouve feridos no show em que quatro morreram
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Civil de Jaguariúna (123 km de São Paulo) começa a ouvir hoje pessoas que ficaram feridas no tumulto que causou a morte de quatro jovens no Jaguariúna Rodeo Festival, na madrugada de sábado.
A empresa organizadora, Red Eventos, não será ouvida por enquanto, mas deve fornecer informações sobre alvará e vistorias.
No tumulto, Vivian Contrera, Giovana Peretti, Andréa Paola Machado de Carvalho e Ariel Avelar morreram pisoteados durante show da dupla João Bosco e Vinícius. Anteontem, a Justiça estadual suspendeu o evento, que teria shows de Victor & Leo, no sábado, e de Roberto Carlos, ontem.

domingo, 24 de maio de 2009

Confronto entre torcedores e a PM deixa 20 feridos em SP

Informação é do delegado do 59º DP, para onde foram 158 detidos.
Confusão começou na Zona Leste de SP, perto de estação de trem.


Titular do 59º DP (Jardim dos Ipês), o delegado Philogônio Rodrigues de Souza informou na tarde deste domingo (24) que 20 pessoas ficaram feridas num confronto entre torcedores do Palmeiras e a Polícia Militar na Zona Leste de São Paulo. De acordo com ele, os torcedores e os policiais tiveram ferimentos leves. Ao todo, 158 pessoas foram levadas para a delegacia.



O confronto começou por volta de 13h, perto da estação de trem Itaim Paulista (Linha 12 – Safira) da CPTM. Souza contou que os torcedores do Palmeiras tinham marcado um encontro ali para seguir junto até o Estádio do Palestra Itália, na Zona Oeste, onde o time enfrenta o São Paulo a partir de 16h.



“Eles souberam que ia aparecer um grupo de torcedores do São Paulo e decidiram ir andando até a estação mais próxima, que é a Jardim Romano, para evitar o confronto. Aquele grupo grande chamou a atenção da Polícia Militar, que chamou reforço”, relatou o delegado.

A partir daí, de acordo com ele, a PM informou que foi recebida com paus e pedras e teve carros da corporação danificados. Já os torcedores reclamaram da ação violenta dos policiais. Os feridos foram levados para o Hospital Santa Marcelina, na Zona Leste. “Eles tiveram escoriações, mas alguns estavam com a cabeça enfaixada”, contou o delegado.

Apesar de estar com 158 detidos na delegacia e ser o responsável pelo boletim de ocorrência, Souza afirmou que todos seriam liberados. “Não há razão para ninguém ficar preso”. A assessoria de imprensa da CPTM informou que a briga foi do lado externo da estação e não houve dano ao patrimônio da empresa. A assessoria de imprensa da PM diz que o confronto foi entre torcedores do São Paulo e do Palmeiras.

Cirurgião é procurado pela Interpol





Foragido da Justiça, Hosmany Ramos lança livro de ficção
Cirurgião plástico condenado por homicídio, roubo de joias e carros, tráfico e contrabando afirma estar na França e diz viver com dinheiro de direitos autorais



PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O cirurgião plástico Hosmany Ramos não gosta de ouvir, mas o enredo de sua vida é muito mais intrigante do que o de "O Goleador -Morte e Corrupção no Futebol", romance policial que chega às livrarias na semana que vem e no qual ele conta a história do assassinato de um cartola do futebol.
No livro, a principal suspeita do crime é uma alpinista social -linda e sedutora-, centro de um triângulo amoroso que envolve o cartola e uma estrela do futebol, Rony Lee. Este, a dada altura, é surpreendido com um garoto de programa, no carro.
"Qualquer semelhança é mera coincidência: o próprio craque [Ronaldo] foi parar em um motel com três travestis", afirma Hosmany, que, em óbvias alusões à vida real, batizou um dos figurões do futebol de Richard Peixeira e chamou um banqueiro de Henrique Salles.
Foragido desde janeiro, quando deixou a cadeia para passar o Natal com a família e não voltou, Hosmany, 61, foi condenado a 47 anos de prisão por homicídio, roubo de joias e carros, tráfico e contrabando.
Em entrevista por Skype, o médico diz que está "em Paris". A Folha apurou que, na verdade, ele passa temporada na casa do filho, Erik, na Noruega.
Diz que vive na Europa com o dinheiro dos direitos autorais de seus livros (o último, "Delitos Obsessivos", de 2005, vendeu 34 mil exemplares).




FOLHA - Perto do enredo da sua vida, a trama do livro é quase infantil. Acha mais fácil viver no crime do que escrever um romance policial?

HOSMANY RAMOS - Como você sabe, eu não vivo no crime, eu escrevo livros. O crime é coisa do passado. É preciso separar o joio do trigo, coisa que jornalista não faz. Fica misturando as estações, "Ah, é crime, é crime".

FOLHA - O crime é "coisa do passado" na sua cabeça: o sr. é foragido.
HOSMANY - Presta atenção: esse lance de foragido é algo discutível. A Justiça brasileira é tão irresponsável... Eu li na Folha que a advogada da [Suzane von] Richthofen ganhou não sei quantos anos de remissão de pena. Tô há mais de dez anos solicitando remissão, mas eles não consideram trabalho escrever livros. Já cumpri minha pena [está preso desde 1981, com intervalo de uma fuga, em 1996, quando se envolveu em um sequestro e voltou]; saí agora pois tinha problemas de saúde e o atendimento médico era precário: ou saía, ou ia morrer.

FOLHA - O sr. e muitos outros?
HOSMANY - [Como se não tivesse ouvido] Então, eu vou te diz...

FOLHA - ...A solução, então, é todo mundo abandonar a prisão...
HOSMANY - Você leva pra esse lado, mas a prisão não te dá condições. Eu, graças a Deus, fui aceito pelos meus livros e pude reconstruir minha vida.

FOLHA - No livro o sr. aborda temas como bissexualismo, pedofilia e adultério. Tem experiência em alguma dessas práticas?
HOSMANY - É um livro...mas, se você for ver o próprio craque [Ronaldo], foi parar em um motel com três travestis.

FOLHA - Atualmente o sr. namora, transa com quem?
HOSMANY - Tô refazendo minha vida sem pressa. Vai acontecer na hora certa. Não estou aposentado nesse sentido.

FOLHA - O sr. viveu bem o desbunde dos anos 70 no Rio. Usou aquelas referências no livro?
HOSMANY - Quando você escreve procura conduzir o leitor da primeira à última página, senão, fica chato. Você pega o livro do Paulo Coelho, "As Valquírias", não consegue passar da oitava página.

FOLHA - O sr. pensa em ficar rico com livros?
HOSMANY - Todos nós escrevemos para dar vazão a essa parte intelectual interior. Mas, se dá pra atingir uma boa vendagem, isso é bem vindo.

FOLHA - Quanto tempo o sr. levou pra concluir o livro?
HOSMANY - Ele está na minha cabeça desde a Copa de 98. Tínhamos o melhor time, o Ronaldo estava na melhor fase, excelente forma física, e aconteceu aquilo. Não foi por acaso. A França era a dona do estádio, precisava ganhar pra deslanchar o crescimento do esporte lá. Isso tudo leva uma mente fértil a imaginar que aconteceu uma maracutaia.

FOLHA - Pretende continuar a exercer a medicina. Ainda pode exercer?
HOSMANY - Claro que posso. Tanto que eu exerci dentro do sistema penal. Na rebelião de Araraquara, quando havia 1.600 presos, tratei de muitos deles. Continuo médico, não perdi meu diploma [o CRM diz que Hosmany não foi cassado, mas seu registro foi cancelado, o que significa que ele pode voltar a exercer a profissão desde que atualize os papéis]. Mas agora eu tô acreditando muito nessa possibilidade literária.

FOLHA - Isso vai ser suficiente para o seu sustento em Paris?
HOSMANY - Escuta, você sabe quantos livros eu tenho? Dois de grande vendagem na Gallimard e quatro na Geração.

FOLHA - Vendeu quanto?
HOSMANY - É investigação policial ou matéria? [A editora diz que "O Goleador" recebeu encomendas de 6.000 exemplares]. Você faz perguntas que não têm a ver com o livro. As pessoas querem saber do livro.

FOLHA - Sua história provoca mais curiosidade.
HOSMANY - Não quero mais dar entrevistas para pessoas despreparadas que me espremem na parede e descambam para o sensacionalismo barato.

FOLHA - O sr. saiu do Brasil em um indulto de Natal e não voltou. Isso estava planejado?
HOSMANY - Vivia sem segurança [na cadeia]. Agora, estou perto do fim da minha caminhada, não vou morrer de graça.

FOLHA - Como saiu do país?
HOSMANY - Peguei um veleiro até a Ilha do Diabo, depois, outro até Portugal [a Folha apurou que ele saiu direto para a França, de avião, com um passaporte falso]. Fiquei quase dois meses nessa viagem.

FOLHA - Sabe velejar?
HOSMANY - Não [impaciente]. As pessoas [a tripulação] precisam de médicos em uma empreitada assim.

FOLHA - E o passaporte?
HOSMANY - Não tenho. Cheguei em Portugal, desci lá, fui até a Espanha de carona, depois até a França sem nenhum papel.

FOLHA - Como o sr. passou de um país para outro?
HOSMANY - Ahá, você passa hôhô. Pela estrada é fácil.

FOLHA - Mas tem a imigração...
HOSMANY - Determinadas horas dá pra passar....Bem, mas agora vou terminar essa temporadinha na França e vou prum outro país, tentar ver se consigo reabertura do meu caso num tribunal internacional e mandar uma carta pro Lula, explicando minha situação para ele ver que estou trabalhando honestamente, que não quero voltar pra cadeia em São Paulo, a cadeia do José Serra [governador de São Paulo], para amanhã morrer de graça.

FOLHA - O sr. mantém contato com a alta sociedade carioca?
HOSMANY - Não estou nem interessado nisso. Olha, acabou, não tenho mais nada a dizer...

FOLHA - Há um tempo o sr. disse que iria fazer um curso de explosivos no IRA?
HOSMANY - Pelo amor de Deus, se põe numa posição decente, você tá fazendo uma entrevista intelectual. O IRA nem existe mais, você deveria saber...

FOLHA - Foi o sr. quem disse. De repente conseguiu outro organismo...
HOSMANY - Olha, você me desculpe, mas o que eu poderia falar com você já acabou...


Cirurgião é procurado pela Interpol

A Polícia Civil de São Paulo diz ter pedido ajuda à Interpol (polícia internacional) e à Polinter (órgão da polícia do Rio de Janeiro especializado em capturas) para tentar recapturar Hosmany Ramos, 61. Ele está foragido há mais de quatro meses.
Em São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, há uma investigação em andamento na Divisão de Capturas do DIRD (Departamento de Investigação e Registros Diversos) da Polícia Civil para encontrar o foragido.
Considerando as hipóteses de que ele pode estar no Rio de Janeiro ou já fora do país, o Dird acionou a Polinter e a Interpol.
Ramos é cirurgião plástico e chegou a trabalhar na clínica de Ivo Pitanguy. Namorou celebridades e frequentou colunas sociais até ser preso pela primeira vez em 1981.
Ele foi condenado a 21 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, homicídios (da mulher e de uma amante), roubos de joias, carros e um avião.
Poderia ter sido solto em 2003, mas escapou em maio de 1996 de uma penitenciária durante uma saída temporária, gesto que repetiria anos depois.
Naquela ocasião disse à TV Globo que pretendia se tornar terrorista na Irlanda. Mas preferiu sequestrar um fazendeiro de Minas. Acabou sendo baleado e preso, o que lhe rendeu mais 30 anos de pena.

sábado, 23 de maio de 2009

RIO CLARO

Menina morta durante assalto é enterrada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO CLARO

Cerca de 400 pessoas acompanharam ontem o enterro de Gabriela Nunes de Araújo, 8, morta baleada em assalto à casa onde morava em Rio Claro (173 km de SP), na terça.
Ela teve morte cerebral decretada anteontem, e seus pais autorizaram a doação dos órgãos. A Secretaria Estadual da Saúde disse ontem que o fígado e os rins dela estavam aptos para o procedimento, e as córneas ainda sob análise.

UNIVERSIDADE

Aluna morre após ser golpeada com tesoura

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma aluna da Universidade Santa Cecília morreu ontem após receber golpes de tesoura dentro da instituição, em Santos.
Margareth Emilliane Tomaz, 29, era estudante de Farmácia. Seu ex-marido, Reginaldo Soares foi preso após o ataque, ocorrido às 11h30. Ele era ex-aluno do mesmo curso.
Soares entrou na instituição de manhã após apresentar RG e ser fotografado. Ele alegou estar a caminho da biblioteca da área de saúde.
Segundo relatos de alunos feitos ao jornal "A Tribuna", de Santos, Soares invadiu a sala de aula onde estava a estudante.
Após uma discussão, os dois deixaram o local e se dirigiram a uma outra sala que estava vazia.
Minutos depois, alunos ouviram gritos. E encontraram Soares sobre Margareth. Os golpes atingiram o pescoço da vítima.
Margareth foi levada ainda com vida para a Santa Casa, mas não resistiu. O homem foi preso.
A direção da universidade divulgou nota na qual classificou o episódio como "agressão imprevisível". "Estamos colaborando com a polícia, inclusive disponibilizamos as imagens de nossas câmeras."

Justiça Brasileira

Justiça do DF concede prisão domiciliar a Nenê Constantino

Fundador da Gol é acusado de ser o mandante de dois homicídios; promotor diz que ele subornou testemunhas

LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça do Distrito Federal aceitou ontem o pedido de prisão domiciliar do empresário Nenê Constantino, fundador da Gol. Ele é procurado pela polícia desde anteontem sob a acusação de ser o mandante de dois homicídios e de uma tentativa de assassinato.
Em sua decisão, a desembargadora Sandra De Santis argumentou que o empresário tem 78 anos e já estava sob cuidados médicos. Nenê é pai de Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol, e foi presidente do Conselho de Administração da companhia aérea.
Ontem, o Ministério Público do DF afirmou ter pedido a prisão preventiva da Nenê Constantino porque ele subornou testemunhas e, com isso, atrapalhou as investigações.
De acordo com o promotor Bernardo Resende, a defesa de Constantino apresentou novas testemunhas, que atribuíram a responsabilidade pelos assassinatos a um homem que já morreu: José Amorim dos Reis.
Uma das testemunhas é a viúva de Reis. Segundo Resende, ela ganhou uma casa e o filho dela recebeu oferta de emprego nas empresas de Constantino. Tudo isso foi oferecido por "terceiros" ligados ao empresário, afirmou o promotor.
Resende não deu detalhes, mas disse que houve grampo telefônico autorizado pela Justiça, o que contribuiu para o pedido de prisão preventiva.
O caso começou em 2001, quando dois homens foram assassinados. Ambos integravam um grupo de 30 famílias que ocupavam um terreno da viação Planeta, de propriedade da família Constantino. A primeira morte foi de Tarcisio Gomes da Silva, em fevereiro de 2001. Nove meses depois, o líder do grupo, Márcio Leonardo de Souza Brito, foi assassinado.
Testemunhas relataram ameaças de Constantino aos ocupantes entre 1999 e 2001, para que deixassem o terreno. O empresário também é acusado de mandar matar Reis, que morreu depois de cirrose.
O primeiro pedido de habeas corpus de Constantino foi negado pela Justiça. Logo depois, os advogados entraram com pedido de reconsideração e conseguiram que ele pudesse ficar em prisão domiciliar.
O genro de Nenê Constantino, Victor Foresti, que foi preso por suposto envolvimento no caso, teve o pedido de habeas corpus negado.

outro lado

Empresário vai se apresentar à Justiça, diz defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os advogados do empresário Nenê Constantino divulgaram ontem nota afirmando que o fundador da Gol se encontra em tratamento médico e se apresentará à Justiça espontaneamente "tão logo tenha condições de saúde para tal". Desde o início das investigações policiais, eles negam a participação do empresário nos crimes.
Os advogados não comentaram as declarações do Ministério Público do Distrito Federal sobre o suposto pagamento de suborno do empresário a testemunhas.
A assessoria de imprensa do empresário Vitor Foresti, que foi preso acusado de envolvimento no caso, informou que não se pronunciaria a respeito das afirmações do Ministério Público.
A assessoria não soube informar se os advogados de Foresti, que é genro e sócio e Constantino na viação Planeta, haviam entrado com pedido de reconsideração do habeas corpus.

Em São Paulo, 40 pessoas são levadas em ônibus à sede da PF

A operação montada ontem pela PF de São Paulo para cumprir os mandados de busca e apreensão parou a rua Augusto Severo, no centro da cidade.
Em dois prédios dessa rua, os policiais detiveram 40 imigrantes chineses (entre eles pelo menos três crianças), que foram levados para a sede da PF. Integrantes da comunidade afirmam que cerca de cem pessoas foram conduzidas em pelo menos dois ônibus até a PF.
Grande parte dos imigrantes, a maioria vendedores na região da rua 25 de Março -centro de comércio popular em São Paulo-, estava em situação regular e foi liberada durante o dia.
Os ilegais terão até oito dias para regularizar a sua condição, caso contrário terão de deixar o país. Até o início da noite de ontem, um grupo de aproximadamente 20 chineses permanecia no auditório da PF aguardando averiguação de documentos.
Zhu Ming Wen, conhecido como Tony, foi um dos dois presos em São Paulo. No mandado de prisão, Zhu é apontado como chefe de uma quadrilha internacional de tráfico de pessoas. Integrantes da comunidade, no entanto, disseram que a prisão foi decretada por posse de produtos sem nota fiscal.
Segundo um homem identificado apenas como Ronaldo, intérprete de Zhu junto às autoridades policiais, essa era a única acusação sobre ele. A PF não informou se a situação no país dos dois presos é irregular.

PF prende 14 suspeitos de aliciar chineses

Presos integrariam esquema de transporte ilegal para o país, onde os asiáticos trabalhavam em troca de comida e abrigo

Operação, coordenada em Rondônia, ocorreu também em Recife e SP; na capital paulista, foram presos dois supostos líderes do bando A Polícia Federal prendeu ontem 14 pessoas suspeitas de participação em um esquema de aliciamento e transporte ilegal de chineses para o Brasil. Os imigrantes ilegais, segundo a polícia, eram encaminhados para fábricas de roupas de São Paulo, para trabalhar em troca de comida e abrigo. Durante a Operação Da Shan (grande montanha), agentes cumpriram 24 mandados de busca e apreensão em Porto Velho, Guajará-Mirim (RO), Recife e São Paulo.
O nome faz alusão à origem da maioria dos chineses: a província de Fujian, onde, segundo a PF, estão as maiores fábricas de produtos pirateados do mundo -algumas instaladas no interior da montanha. A ação foi coordenada pela Superintendência da PF de Rondônia, Estado que é considerado a nova porta de entrada de imigrantes ilegais no país e onde foram detidas 12 pessoas.
Em São Paulo foram presos dois supostos líderes do grupo -Zhu Ming Wen, conhecido como Tony, e um brasileiro identificado como "Luis". Segundo a PF, Zhu é suspeito de contrabando, formação de quadrilha, falsidade ideológica e de controlar a chegada dos ilegais. Na operação, policiais encontraram R$ 204 mil em dinheiro, além de notificações para que dois chineses deixassem o país -o que, para a PF, comprova a ligação de Zhu com o transporte ilegal de estrangeiros. A PF não informou quem é o advogado de Zhu.
Os demais detidos são acusados de atuar como "coiotes" -pessoas que facilitam a entrada e o transporte dos imigrantes ilegais. Conforme as apurações, coiotes cobravam R$ 250 por chinês levado a São Paulo. Durante a ação, cerca de 40 chineses (segundo a PF; integrantes da comunidade falam em cem pessoas) localizados em dois prédios do centro de São Paulo foram levados em ônibus à superintendência da PF para averiguação. Grande parte dos imigrantes, a maioria vendedores da região da rua 25 de Março, estava em situação regular e foi liberada.

Investigações

As investigações, segundo o procurador da República em Rondônia Heitor Alves Soares, apontam que os chineses seguiam de avião até o Equador e passavam por Peru e Bolívia até chegar a Guajará-Mirim (RO) ou Brasiléia (AC), na fronteira.
Eles seguiam para São Paulo em ônibus ou táxis usados para tentar despistar a fiscalização, diz o inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Rondônia Alvino Domingues. As vítimas são geralmente homens entre 25 e 35 anos.
Em depoimento à PF, ontem, um dos suspeitos de aliciamento declarou que os imigrantes tinham "noção de que trabalhariam arduamente e em condições sub-humanas no país". As penas para os detidos podem chegar a 11 anos de prisão.

Troca de tiros mata 3 em Copacabana e assusta moradores

Confronto pela manhã entre policiais e suspeitos de tráfico teve tiroteio de mais de cinco minutos

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Um confronto entre policiais civis e suspeitos de tráfico na favela dos morros do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana (zona sul do Rio), ontem de manhã, assustou turistas e moradores e causou a morte de três supostos criminosos -outro ficou ferido e três foram presos. Houve pelo menos três momentos de intensa troca de tiros -um deles, às 10h, durou mais de cinco minutos.
Cerca de 200 policiais participaram da ação, que tinha o objetivo de prender os novos líderes do tráfico na favela após a prisão, em abril, de dois homens apontados como chefes do crime na região. A polícia tentou localizar seus substitutos, sem sucesso. A operação começou às 10h e contou com apoio de dois helicópteros e um caveirão -veículo blindado usado em operações especiais.
"Estava em casa, lavando roupas, e de repente comecei a ouvir o tiroteio. Levei um susto, mas foi tanto tiro que não deixava dúvida. Pensei em ir até a janela, mas preferi ficar escondida. Vai que alguma bala perdida me atinge", afirmou a dona-de-casa Maria de Fátima Pereira, 69, que mora na rua Sá Ferreira, da qual partem as vias de acesso ao morro.
"A gente poderia até estar acostumado, mas ainda assusta. Estava lendo e ouvi primeiro o helicóptero, depois os tiros", disse Clarice Alves, 39, que mora na rua Saint Roman.
Moradores da favela também reclamaram. "Acabei de sair de casa e deixei minhas duas filhas, de 14 e 6 anos, sozinhas. Quando cheguei aqui embaixo, começou o tiroteio. Já liguei para elas e mandei trancarem tudo, mas estou com medo de voltar para casa no meio dos policiais", disse a faxineira Maria de Lourdes Pereira, 43, que desistiu de trabalhar após o início do confronto.
Alunos da creche Tia Elza e do Ciep João Goulart, que atendem respectivamente 126 e 483 alunos moradores da favela, só eram autorizados a deixar a escola se os pais fossem buscá-los. A construção de casas populares -uma obra do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) que ocupa mais de 300 operários- também parou das 10h às 15h.
Segundo a polícia, as três vítimas receberam os policiais a tiros. Duas delas foram socorridas de helicóptero -amarradas a uma corda e içadas a partir da laje de um imóvel-, mas chegaram mortas ao heliponto de onde seriam transportadas ao hospital. Um suspeito foi baleado nas pernas e internado no Hospital Miguel Couto, mas não corre risco de morte.
Um dos presos, conhecido como Rato, é acusado de ter baleado um policial -que sobreviveu- em outra operação, em novembro. A polícia apreendeu dois fuzis, além de outras armas, maconha e cocaína.
Em março, outro tiroteio assustou Copacabana -quatro supostos bandidos foram mortos pela PM na esquina das ruas Santa Clara e Tonelero

Entregador morre em tiroteio em Pinheiros

Segundo PMs, homem foi morto por ladrões perto da ponte Eusébio Matoso para forçar o fim de perseguição policial

Polícia Civil investiga a versão da PM e fará exame balístico dos projéteis extraídos do corpo da vítima para saber de onde partiram


Em meio a uma perseguição de policiais militares a ladrões que haviam roubado caixas eletrônicos no Mercado Municipal de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), o entregador Edgar Soares de Paula, 25, foi morto a tiros na madrugada de ontem, perto da ponte Eusébio Matoso, no mesmo bairro.
Segundo os PMs envolvidos no tiroteio, todos do 23º Batalhão, os criminosos atiraram contra o entregador para forçá-los a interromper a perseguição pelas ruas de Pinheiros e a socorrê-lo. Dois policiais foram feridos na troca de tiros, e nenhum ladrão foi preso.
A Polícia Civil investiga a versão dos PMs para a morte do entregador. Para isso, apreendeu armas de parte dos policiais envolvidos na perseguição e fará confronto balístico com os projéteis (pelo menos sete) extraídos do corpo da vítima.
Soares de Paula trabalhava como entregador de esfihas em uma lanchonete da rua Augusta. Ao ser ferido, à 1h30 de ontem, ele voltava para casa, em Osasco (Grande São Paulo), distante mais de 10 km do local do tiroteio, empurrando sua bicicleta porque um pneu estava murcho.
Para invadir o Mercado Municipal de Pinheiros, segundo os investigadores, os ladrões dos caixas eletrônicos contavam com informações precisas sobre as rondas da PM nas ruas do bairro e também sabiam que as máquinas estavam abastecidas para o fim de semana.
Os dez criminosos renderam um vigilante do mercado, arrombaram primeiro os caixas eletrônicos do banco Santander instalados no local e conseguiram pegar o dinheiro deles. Ao se prepararem para roubar os caixas do Itaú, o alarme disparou e a PM foi acionada.
Logo no início da perseguição que se estendeu por cerca de 4 km nas ruas de Pinheiros, ainda perto do mercado, um sargento da PM foi ferido na perna. Os criminosos estavam em três carros e, na esquina das ruas Teodoro Sampaio e Cunha Gago, enfrentaram outra vez os policiais militares.
Já na esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças, um dos cruzamentos mais movimentados de São Paulo, mesmo de madrugada, outro PM foi ferido, dessa vez na boca.
Quando pelo menos 12 carros da PM já perseguiam os ladrões, que tentavam chegar à marginal Pinheiros, Soares de Paula foi encontrado por alguns dos policiais envolvidos na perseguição baleado perto da ponte Eusébio Matoso. Ele foi socorrido, mas morreu.
"Ainda não temos uma resposta para o que aconteceu com meu irmão, um rapaz bastante trabalhador e que adorava andar de bicicleta. Não dá para falar ainda se foram os ladrões que o balearam. Tudo está bastante estranho", disse a esteticista Vanessa Soares de Paula, 29, irmã do entregador.
"Mas, infelizmente, a morte dele foi como o raio que caiu duas vezes na nossa família. Há 14 anos, nosso pai, que era taxista, também foi assassinado", continuou Vanessa. "Só queremos que a Polícia Civil nos dê a resposta para o que aconteceu com o meu irmão."

Polícia busca imagens de câmeras para esclarecer detalhes do crime


A Polícia Civil passou o dia ontem atrás de imagens das câmeras de segurança de prédios residenciais e comercias de Pinheiros para descobrir como o entregador Edgar Soares de Paula, 25, foi morto e também para reconstituir o roubo aos caixas eletrônicos.
Alguns detalhes do crime, como o fato de o entregador ter sido baleado várias vezes pelas costas e durante uma perseguição policial, chamam a atenção dos investigadores do caso.
Para a Polícia Civil, quem atirou no entregador sabia que parte dos PMs envolvidos na perseguição aos ladrões iria parar para socorrê-lo.
O fato de os ladrões optarem por roubar os caixas eletrônicos do Mercado Municipal de Pinheiros também é tratado como diferencial nesse crime.
O mercado fica na rua Pedro Cristi, a menos de 1 km de distância da 3ª Delegacia Seccional Oeste, a sede da Polícia Civil na zona oeste de São Paulo, onde também estão o 14º Distrito Policial (Pinheiros) e um destacamento do 23º Batalhão da Polícia Militar.
Pela proximidade do mercado com prédios das polícias, os investigadores acreditam que os ladrões tinham informações privilegiadas sobre o policiamento em Pinheiros. (AC)

Deu na coluna da Folha de São Paulo

Varredura 1. Em telefonema trocado ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, acertaram o anúncio, na semana que vem, de uma ação conjunta do CNJ e do Executivo para "passar a limpo o sistema penitenciário".

Varredura 2
. Gilmar e Tarso definiram que as duas prioridades iniciais do esforço concentrado serão os manicômios judiciais e a situação de presos adolescentes que dividem celas com adultos.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mafioso italiano preso em SP vivia na região do Bixiga há 15 anos


Criminoso é acusado de fraudes internacionais e associação mafiosa.
Ele foi localizado em São Paulo há 15 dias.


O italiano Leonardo Badalamenti, de 49 anos, integrante da máfia siciliana "Cosa Nostra" preso na quinta-feira (21), vivia discretamente na região do Bixiga, na Bela Vista, centro de São Paulo, há 15 anos, mas só há 15 dias foi identificado e localizado, segundo a Polícia Federal. A representação brasileira da Interpol soube que ele estava no país depois que autoridades italianas obtiveram um mandado de prisão preventiva no Supremo Tribunal Federal, baseado em crimes pelos quais é acusado na Itália De acordo com a polícia italiana, ele chefiava uma quadrilha que tentou fraudar bancos internacionais como o Lehman Brothers e o Bank of America, diretamente de São Paulo. A organização criminosa tentou obter empréstimos milionários, oferecendo como garantia títulos falsos da dívida pública venezuelana.

Leonardo Badalamenti é suspeito de liderar esquema de títulos falsos para obter linhas de créditos de US$ 2,2 bilhões

Segundo a Polícia Federal, o italiano é filho do mafioso Gaetano Badalamenti, morto em 2004, e mora no Brasil há mais de 15 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal de SP anunciou ontem a prisão do italiano Leonardo Badalamenti, 49, acusado de chefiar quadrilha internacional ligada à Máfia siciliana, a Cosa Nostra. Ele é suspeito de liderar esquema de títulos falsos para obter linhas de créditos de US$ 2,2 bilhões.
A investigação que provocou a prisão do italiano e de pelo menos outras oito pessoas na Itália e na Venezuela foi toda conduzida pela Itália. Ao Brasil coube localizar e prender o suspeito, em cumprimento a uma determinação judicial.
Segundo a polícia brasileira, Leonardo é filho do mafioso Gaetano Badalamenti, morto em 2004, e mora no Brasil há mais de 15 anos. Ele ficará preso na sede paulista da PF até o resultado do seu processo de extradição, no STF (Supremo Tribunal Federal). De acordo com a delegada federal Patrícia Zucca, chefe do escritório da Interpol (polícia internacional) em São Paulo, Leonardo usava o nome falso de Carlos Masseti.
Trabalhava como assessor de importação de empresas, um trabalho legal, segundo a policial, e morava no bairro do Bexiga (Bela Vista), um dos redutos da comunidade italiana na capital. "Não desperta suspeita ser italiano, ter sotaque italiano, nome italiano, morando no Brasil. Inclusive o próprio nome de Masseti tem inúmeros homônimos", disse a delegada.
Leonardo, acusado pela polícia italiana de fraude, associação mafiosa e corrupção, também responderá a inquérito no Brasil pela utilização de documentos falsos. "Ele afirma ser Carlos Masseti, cidadão brasileiro. Ainda nega ser Leonardo Badalamenti", disse a delegada.
A prisão ocorreu numa operação liderada por promotores italianos. De acordo com a agência Boomberg, a quadrilha falsificou bônus do governo venezuelano e, com esses documentos, buscou empréstimos em alguns bancos. O dinheiro não chegou a ser liberado.
Essa falsificação de bônus, ainda segundo os promotores, contou com a participação de funcionários corruptos do banco central da Venezuela.
Para os promotores, o caso revela a movimentação da Cosa Nostra para entrar nos grandes negócios. "Foi uma operação colossal", disse Marcello Viola, um dos promotores do caso, à agência Boomberg.
Para a PF, Leonardo comandava esse esquema do Brasil, mas não realizava, em princípio, atos ilícitos em território nacional. Os policiais vão investigar se ele, de fato, não cometeu crimes no país, fora a identidade falsa. (ROGÉRIO PAGNAN)

Justiça decreta prisão preventiva do dono da Gol

Constantino é acusado de encomendar assassinato de líder comunitário que ocupava terreno

BRASÍLIA - Réu em processo por homicídio e com prisão preventiva decretada pela Justiça, o empresário Nenê Constantino, dono da companhia aérea Gol, está sendo procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal. Ele não foi localizado nos endereços residencial e comercial de Brasília, e seus advogados de defesa afirmam que estão negociando uma apresentação espontânea. Se isso não ocorrer, poderá ser solicitado o auxílio da Polícia Civil de São Paulo, onde o empresário supostamente estaria sob a proteção de amigos.

Constantino é acusado de ser o mandante do assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, executado com três tiros em outubro de 2001. Ele liderava um grupo de cerca de cem pessoas que ocupava o terreno em volta da garagem da viação Planeta, que pertence ao empresário, na cidade satélite de Taguatinga.

A polícia apurou que dois empregados de Constantino - João Alcides Miranda e Vanderlei Batista Silva, indiciados como co-autores -, contrataram um pistoleiro goiano, até agora não capturado, para assassinar o líder, como forma de intimidar os demais ocupantes da área. Antes da execução, o empresário fez ameaças diretas de morte ao líder comunitário, que sofreu agressões e teve seu barraco incendiado.

Em nota divulgada na ocasião da denúncia, Constantino afirmou que nega veementemente o que chamou de "injusta e inverídica acusação". Ele disse também que o inquérito não tem qualquer indício que possa sustentar a acusação e prometeu demonstrar sua inocência ao longo do processo.

O delegado Luiz Julião Ribeiro, chefe da Divisão de Investigação de Crimes contra a Vida, disse que a prisão tem o objetivo de garantir a instrução do processo, pois Constantino teria usado seu poder econômico e político para ameaçar testemunhas e obstruir provas. "Sua atuação nociva ao trabalho da Justiça e da polícia está fartamente caracterizada", afirmou.

Atirador do shopping é acusado de tentar matar colega de cela

DA AGÊNCIA FOLHA

O ex-estudante de medicina Mateus da Costa Meira, 33, que em 1999 invadiu o cinema de um shopping de São Paulo com uma submetralhadora e matou três pessoas, responderá a novo processo. Ele é acusado de, no dia 8, tentar matar com uma tesoura um colega de cela.
Meira está na penitenciária Lemos Brito, em Salvador -foi transferido da penitenciária de Tremembé (SP) em fevereiro, a pedido da família, que mora na capital baiana. A vítima, o espanhol Francisco Vidal Lopes, 66, cumpre pena por tráfico de drogas.
O ex-estudante responderá pela acusação de tentativa de homicídio. Segundo a direção da unidade, ele tem bom comportamento, mas enfrenta problemas de relacionamento com os detentos.
Ele dividia cela com outras três pessoas. O diretor da unidade, José Nilton da Cruz Santos, disse que Meira foi transferido para uma cela isolada. Segundo ele, não houve briga entre os detentos e a tesoura era usada em trabalhos manuais. O diretor disse que Mateus sofre de esquizofrenia e recebe atendimento psiquiátrico.
Em 2004, Meira foi condenado a 120 anos e seis meses de prisão pelas mortes. Em 2007, a pena foi reduzida a 48 anos e nove meses.
A Folha deixou recado no celular do advogado de Mateus, Antônio de Carvalho Pinto, mas ele não ligou de volta. (MATHEUS PICHONELLI)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Major do MS condenado por tráfico é preso pela 3ª vez

CAMPO GRANDE - Condenado por tráfico de cocaína e cumprindo pena em regime semiaberto, o major da reserva da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho foi preso hoje pela terceira vez. Ele é acusado pelo Ministério Público Estadual de chefiar quadrilha que explora jogos de azar em cassinos instalados em dois bairros nobres de Campo Grande. Carvalho ainda recebe vencimentos da PM de acordo com sua patente.



A prisão aconteceu durante a Operação Las Vegas, que envolveu 140 policiais militares e agentes da Polícia Federal. Foram presos 17 acusados, entre eles o capitão da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier e o cabo da PM Marco Massaranduba, seguranças de duas casas de jogos.



A primeira prisão de Carvalho aconteceu em 1997, quando a Polícia Federal descobriu que o militar tinha um avião carregado com 237 quilos de cocaína pronto para decolar da Fazenda Cordilheira, em Rio Verde de Mato Grosso (MS). A segunda, em 2007, foi em outra operação da PF, para buscar jogos de máquinas caça níqueis

Violência

Mulher tem infarto e morre após assassinato de marido; filho tem morte cerebral
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da Folha Online

Uma mulher de 56 anos sofreu um infarto e morreu na noite de terça-feira (19) um dia depois de presenciar o marido e o filho baleados em um assalto em Barueri (Grande São Paulo). O marido morreu na ação e o filho, socorrido em estado grave, teve a morte cerebral confirmada após exames.

O crime aconteceu na segunda-feira (18). Pablo Patrick da Silva, 21, foi abordado por dois homens armados, por volta das 23h, no momento em que chegava em casa, localizada no Jardim Belval.

O jovem foi obrigado a entrar na residência, onde seus pais, João dos Ramos Pires, 66, e Maria Encarnação, também foram rendidos pelos criminosos.

Pai e filho foram levados para o quarto, onde os assaltantes procuraram joias e dinheiro. A mãe, que ficou em outro cômodo, ouviu os disparos e, ao chegar no quarto, encontrou o marido e o filho baleados. Os suspeitos fugiram por uma janela levando joias, celular e dinheiro.

As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Central de Barueri. João dos Ramos não resistiu aos ferimentos e morreu.

Dois suspeitos de envolvimento no assalto foram detidos, mas apenas um deles ficou preso. O outro foi liberado após averiguação.

Morte

Segundo a Prefeitura de Barueri, Maria Encarnação se sentiu mal e foi encaminhada ontem ao Sameb (Serviço Médico de Barueri). Ela apresentava problemas respiratórios e morreu de infarto por volta das 21h.

Patrick foi encaminhado por volta da 1h30 de ontem para o hospital Cruzeiro do Sul, em Osasco (Grande São Paulo). De acordo com o hospital, ele foi atingido na cabeça, foi avaliado por neurocirurgiões e exames constataram que ele teve morte encefálica por volta das 22h.

Imediatamente, foi comunicada a família e também o grupo de captação de órgãos para que fossem realizados transplantes. Apenas no final da tarde será possível saber quais órgãos serão doados.

Jovem morre após incêndio em unidade da Fundação Casa em SP; dez ficam feridos

da Folha Online

Um jovem de aproximadamente 18 anos morreu na tarde desta quarta-feira em decorrência de um incêndio na unidade da Fundação Casa (ex-Febem) no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o jovem --cuja identidade não foi revelada-- chegou morto ao pronto-socorro Santa Marcelina, também no Itaim Paulista.

Outros dez adolescentes ficaram feridos devido ao incêndio, sendo que dois deles estão internados com queimaduras de segundo grau nos rostos. Os outros oito feridos continuavam em observação no hospital com intoxicação por fumaça, informou a secretaria.

Informações preliminares da Polícia Militar apontavam uma briga entre internos. No entanto, segundo a assessoria da Fundação Casa, um adolescente teria puxado um fio no quarto, gerando um curto-circuito, no começo da tarde.

Os bombeiros foram acionados para conter o fogo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um dos adolescentes feridos teria sofrido parada cardiorrespiratória, porém, a secretaria de Saúde não soube informar se o adolescente é o mesmo que morreu.

A Fundação Casa afirma que não houve motim na unidade e que uma sindicância irá apurar as circunstâncias do caso. Ainda não há confirmação de quantos jovens estavam no quarto quando começou o incêndio.

Tráfico fecha ruas com ônibus e caminhões no Rio

Veículos foram usados por traficantes para montagem de barricadas na tentativa de impedir ação da polícia na favela Vila Cruzeiro

DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Um grupo de traficantes roubou, na manhã de ontem, dois caminhões da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro) e três ônibus da viação Nossa Senhora de Lourdes para bloquear acessos da favela Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio. De acordo com a polícia, a ação dos criminosos teve o objetivo de criar barricadas para dificultar o acesso de policiais militares ao local.
Devido ao tumulto, três escolas ficaram fechadas durante todo o dia. Uma outra escola e uma creche funcionaram apenas pela manhã, mas tiveram que suspender as aulas à tarde porque os alunos não foram. Segundo a secretaria municipal de Educação, 2.830 estudantes foram prejudicados.
A Comlurb informou que criminosos armados obrigaram os funcionários da empresa a descer dos veículos e fecharam uma das entradas da comunidade por cerca de 15 minutos. "Eles [funcionários] foram parados por criminosos por pouco tempo e, em seguida, foram liberados. A intenção deles era bloquear as ruas da entrada da comunidade. Eles mandaram os funcionários descerem e manobraram os caminhões", informou a assessoria de imprensa do Comlurb.
Segundo a assessoria, funcionários e os veículos foram liberados minutos após a ação. Ainda de acordo com a Comlurb, os funcionários ficaram assustados com a abordagem dos criminosos, mas depois voltaram a trabalhar normalmente. Ninguém ficou ferido. A empresa também informou que recolhe o lixo de todas as favelas do Rio sem sofrer ameaças de traficantes.
Venda de drogas
Em nota, a Polícia Militar disse que a ação dos criminosos foi feita para impedir a entrada de policiais militares que tentavam prender um traficante nas imediações. Não houve confronto e ninguém foi preso. De acordo com testemunhas, os criminosos ainda expulsaram passageiros e funcionários de três ônibus e levaram os veículos para o interior da favela.
Segundo a PM, os ônibus e caminhões foram retirados pelos próprios motoristas. O governador Sérgio Cabral (PMDB) disse, em entrevista coletiva, que os ataques eram "uma reação dos traficantes de drogas ao trabalho de pacificação das comunidades".

Cabo é preso suspeito de roubar fuzis

DA AGÊNCIA FOLHA

Um cabo do Exército foi preso anteontem suspeito de participar do roubo de sete fuzis de sua unidade, o 6º BIL (Batalhão de Infantaria Leve), de Caçapava (116 km de SP). O crime foi em 8 de março.
Esta é a primeira prisão de um militar sob suspeita de envolvimento no caso. O Exército não quis divulgar o nome do cabo sob a justificativa de não prejudicar as investigações, que ainda correm sob sigilo.
Ao todo, seis suspeitos foram presos. A polícia ainda procura mais dois.
Seis dos sete fuzis já foram recuperados, em São José dos Campos (1), Jambeiro (4) e Caraguatatuba (1). Todos eles estavam em perfeito estado.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Polícia Federal prende 8 acusados de pedofilia pela internet



Operação Turko acontece em 20 Estados e no Distrito Federal e prisões foram feitas em SP, RS, PE, ES e MS

Fabiana Marchezi, da Central de Notícias, com informações da Agência Brasil

BRASÍLIA - Oito pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Federal na Operação Turko, que busca acusados de pedofilia pela internet. Nesta segunda, agentes da PF cumprem 92 mandados de busca e apreensão em 21 Estados. A operação visa principalmente ao combate à pornografia infantil na rede de relacionamentos virtuais Orkut. Das oito prisões efetuadas, três ocorreram em São Paulo, duas no Rio Grande do Sul, uma em Pernambuco, uma no Espírito Santo e uma em Mato Grosso.

Classe média compra carro blindado em até 36 vezes, e produção bate recorde



Com 70% do mercado, São Paulo puxou produção e vendas em 2008.
Abrablin afirma que 1º trimestre sinaliza movimento igual em 2009.


Antes restritos a milionários, os carros blindados chegaram à classe média paulista, que, embarcada em maior oferta de crédito, fez a produção e vendas baterem recorde em 2008. As blindadoras afirmam que, apesar da crise econômica, as vendas nos primeiros três meses deste ano repetiram o bom desempenho de igual período de 2009.

"A crise impactou no final do ano, o que significa que teríamos um 2008 ainda melhor caso ela não tivesse existido, mas 2009 começou bem de novo. Janeiro, fevereiro e março de 2009 estão muito parecidos com os mesmos meses de 2008", disse o vice-presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), Tito Anspach.

O modelo mais blindado do ano passado foi um sedan médio produzido no Brasil que sai da montadora por aproximadamente R$ 70 mil. Para blindar o veículo com o nível III-A, que protege o ocupante até contra disparos de pistola ponto 40, o proprietário paga entre R$ 40 mil e R$ 60 mil. A conta pode ser dividida em até 36 vezes.

PRAIA GRANDE :Mulher morre após passar noite com 3 policiais

DO "AGORA"

Uma vendedora de 33 anos foi achada morta com um tiro no peito em um motel da Vila Tupi, Praia Grande (71 km de SP), na manhã de anteontem. Ela passara a noite com três policiais civis e mais uma amiga dentro do quarto.
A arma que a matou é de um dos policiais. No carro do grupo, a perícia encontrou sete pinos plásticos com vestígios de cocaína.
A Polícia Civil trata o caso como suicídio. Já a família da vítima, Keile Abadia Limirio, diz acreditar que ela tenha sido morta.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os policiais disseram que, durante a noite, Keile levantou, foi até o carro do grupo e tirou do porta-luvas uma pistola. Em seguida, ela foi até o banheiro e atirou contra o próprio peito.
Não foram divulgados os nomes dos policiais. A Corregedoria da polícia de Santos apura o caso.

Segurança e corrupção

AO DETERMINAR o afastamento de 120 policiais suspeitos de corrupção, extorsão e envolvimento com o crime organizado, o secretário da Segurança de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, no cargo há quase 60 dias, delineia disposição de fazer desse combate sua marca na pasta. A iniciativa, das mais necessárias, deve ser acompanhada pela sociedade.
A busca de maior lisura na polícia é especialmente valiosa se considerada a interrupção de sete anos de resultados positivos em relação aos homicídios no Estado de São Paulo entre o fim de 2008 e o início deste ano. Estatísticas publicadas pelo próprio governo mostraram também crescimento significativo no registro de roubos, estupros e latrocínios no primeiro trimestre de 2009.
O interior paulista, que responde por parte importante do aumento de delinquência, apresenta déficit no número de policiais, o que explicaria ao menos parte do resultado negativo. É urgente sanar essa deficiência. Outro aspecto correlato que não vai bem é o ritmo de abertura de vagas em presídios estaduais.
O combate à corrupção deve ser uma estratégia permanente para melhorar a segurança pública, área em que o Estado de São Paulo vinha se destacando.

sábado, 16 de maio de 2009

Justiça proíbe departamento antidrogas da Polícia Civil de prender em Cumbica

Alegação é que Denarc viola direito de preso no aeroporto de Guarulhos.
Descumprimento acarretará multa de R$ 20 mil para secretaria.

O Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo, está proibido pela Justiça de fazer autos de prisões em flagrante de pessoas presas no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, ou nas imediações. Em caso de desrespeito, para cada flagrante feito pelo Denarc deve ser paga multa de R$ 40 mil. A decisão determina ainda que tanto o diretor do departamento quando o secretário da Segurança Pública paguem R$ 20 mil, em caráter pessoal, se a ordem judicial não for cumprida. A decisão de proibir o Denarc de formalizar a prisão de traficantes na sede do departamento foi tomada pela juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara Federal de Guarulhos. Caso os policiais do departamento façam uma prisão no aeroporto, o preso deve ser imediatamente apresentado à Polícia Federal. A decisão da juíza foi tomada em ação civil pública movida pela Defensoria Pública da União.


Defensoria


A defensoria alegava que os diretos dos presos eram violados cada vez que eles eram levados do aeroporto à sede do departamento, na capital paulista. Argumentava que o crime dos acusados - tráfico internacional de drogas - era de competência da PF.

Por fim, a defensoria dizia que a ida ao Denarc podia favorecer o oferecimento de propina aos policiais, desvio do entorpecente e roubo dos bens do preso. "Além disso não são raros os casos em que policiais do Denarc são acusados de extorsão [de dinheiro] e até mesmo assassinato, se aproveitando do exercício da função."

A decisão da juíza foi tomada em janeiro, antes da mudança da direção do Denarc, mas só na sexta-feira (15) se tornou pública.

Outro lado

A Polícia Civil informou que vai cumprir a decisão e analisar um recurso. Nesta semana, a PF apreendeu 22 kg e prendeu sete pessoas em Cumbica.

COMENTARIO

De fato, não é novidade para ninguém que Policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) de SP, não goza de boa reputação. No passado, Policiais do Denarc, foram acusados em denúncia de corrupção feita por pessoas ligadas ao colombiano Juan Carlos Abadia. Hoje são afastado e proibidos por uma juiza de fazer apreensão de drogas e prisões de pessoas brasileiros ou estrangeiros-- no aeroporto de Guarulhos. Portanto, é uma pena que não podemos contar com mecanismo de corregedoria dentro da própria organização, visto que seria um excelente mecanismos para coibir a corrupção Policial. O blog do Paulo Henrique Amorim tem toda razão:

O Conversa Afiada sempre sustentou a tese de que a Polícia da Chuíça (*) é a mais corrupta do Brasil.
. O Conversa Afiada sempre disse que a Polícia de São Paulo tinha feito uma empresa com o traficante colombiano Juan Carlos Abadia (**)
. O business plan da empresa era: a polícia de São Paulo deixava Abadia vender cocaína e Abadia distribuía lucros antecipados à polícia de São paulo.
. Abadia diz que distribuiu US$ 1 milhão.
. E pronunciou frase histórica: a melhor maneira de combater o tráfico em São Paulo é fechar a delegacia que combate o tráfico, o Denarc.
. Abadia só teve o infortúnio de ser preso, porque a Polícia Federal escondeu da polícia de São Paulo que ia prendê-lo.
. Agora, o novo Secretário de Segurança, Ferreira Pinto, informou na primeira página do Caderno Cotidiano da Folha:
“A polícia (de São paulo) tinha em mãos um dos homens mais procurados do mundo . Infelizmente, alguns policiais preferiram extorqui-lo a cumprir com sua obrigação”.
Paulo Henrique Amorim

Em SP, 967 presos indultados no Dia das Mães estão foragidos

A saída está prevista na Lei de Execuções penais e é concedida pela Justiça aos detentos do regime semiaberto

SÃO PAULO - Novecentos e sessenta e sete presos autorizados a passar o Dia das Mães nas ruas não voltaram para o sistema prisional paulista. O saldo corresponde a 4,79% dos 20.228 beneficiados no Estado, em razão da comemoração, com a saída temporária, informou nesta sexta-feira, 15, a Secretaria de Administração Penitenciária. A saída está prevista na Lei de Execuções penais e é concedida pela Justiça aos detentos do regime semiaberto (o preso permanece livre durante o dia e retorna à prisão à noite) com bom comportamento.

Durante o ano, eles podem receber o indulto cinco vezes e sair nas seguintes datas: Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças ou Finados, Natal e ano-novo. Quem desrespeita a data de retorno é considerado foragido e, se for encontrado, ficará preso no regime fechado.

Agentes disfarçados de mendigos prendem PMs acusados de roubo

Com agentes disfarçados de mendigos, a Corregedoria da Polícia Militar prendeu, na madrugada de ontem, dez acusados de integrar uma quadrilha especializada em roubar caixas eletrônicos. As prisões foram em um ataque do grupo a uma agência do Itaú, no Pari (região central de São Paulo).
Três dos presos são PMs -os soldados Valdemir Maziero, Marcos Paulo de Souza e Clayton Vieira da Silva são acusados de dar cobertura aos ladrões. Segundo a Corregedoria, os PMs foram cooptados pela quadrilha porque sabiam o horário exato em que patrulhas da polícia passam na área.
Quatro dos sete civis presos estavam dentro do banco e se preparavam para destruir os caixas eletrônicos e retirar aproximadamente R$ 70 mil de cada um.
A quadrilha foi surpreendida por 20 PMs da Corregedoria, que soube do ataque ao receber, às 18h de quinta, uma ligação anônima com detalhes sobre a ação de quatro PMs -o quarto policial militar acusado de participar é o cabo Adriano Marques, do 37º batalhão (zona sul de São Paulo). Ele está foragido e é procurado pelo Deic (departamento de roubos) e pela Corregedoria.
O 37º batalhão é o mesmo que, no início deste ano, teve nove policiais presos sob a acusação de integrar o grupo de extermínio "Os Highlanders" -assim conhecido porque 5 de suas 12 vítimas foram decapitadas.
A Folha não teve acesso aos policiais militares presos e também não localizou seus respectivos advogados.
Dos 203 PMs no Presídio Militar Romão Gomes (zona norte de SP), 38 (19% do total) são acusados ou condenados por roubo ou furto.
Em 2007, oito PMs foram acusados de atacar caixas eletrônicos em todo o Estado; em 2008, nove; neste ano, já são dez os policiais militares acusados.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Protesto contra prisões bloqueia marginal

Moradores da favela Gabriela Mistral, na zona leste de São Paulo, queimaram três veículos após ação policial no local

PM diz que ato foi reação contra prisão de traficante; moradores afirmam que rapaz foi levado sem motivo e que policiais agrediram a mãe dele

A prisão de dois moradores da favela Gabriela Mistral, na avenida de mesmo nome, zona leste de São Paulo, ontem, por volta das 18h, deflagrou uma onda de protestos, depredações e confrontos com a polícia que interrompeu por pelo menos 50 minutos uma das principais artérias viárias da cidade, a marginal Tietê.
Segundo a polícia, a violência -que incluiu o incêndio criminoso de um ônibus articulado, de um caminhão de pequeno porte e de um micro-ônibus, além da montagem de barricadas com pneus queimados- foi a resposta de traficantes locais à prisão em flagrante de Vagner Barbosa da Silva, 19, ontem, dentro da favela.
No boletim de ocorrência consta que, com o rapaz, os PMs teriam encontrado dez papelotes de cocaína, quatro trouxinhas de maconha e cinco bolas de haxixe, além de R$ 10.
Moradores entrevistados pela Folha contestam essa versão. Dizem que a rebelião só ocorreu porque Barbosa da Silva foi preso sem motivo, quando jogava uma pelada no campinho; que a polícia bateu na mãe dele, Maria Cristina Barbosa, que correu ao local para socorrer o filho; que os policiais xingaram e agrediram com tapas no peito duas mulheres evangélicas que fotografavam a ação policial.

Beco dos evangélicos
"O que é certo é certo. Na semana passada prenderam três pessoas -dois menores e uma mulher- aqui, neste mesmo local, e ninguém protestou. Eles eram da boca de fumo mesmo. Mas agredir covardemente uma mãe e forjar um flagrante de tráfico contra um rapaz que tinha acabado de voltar do serviço é errado demais", disse A., que é diarista.
A jovem é evangélica, como quase todos os moradores do beco em que Vagner Barbosa e sua mãe foram presos. O beco estreito, moradores com Bíblias nas mãos, abriga duas igrejas com capacidade para cem fiéis cada uma -a Assembleia de Deus, Ministério Belém, e a Igreja Batista. A pichação, lá, envia a mensagem em letra firme: "Jesus é solução. Porque ele é Vida".
"A gente sabe que não foi o certo o que a gente fez. Mas pior seria não fazer nada e deixar a injustiça vencer sem luta", disse a operadora de telemarketing V., "evangélica, mas revoltada", na auto-definição.
Ontem à noite, no 10º Distrito Policial, uma mulher que não quis se identificar afirmou que estava no ônibus que seria incendiado no momento em que chegaram os manifestantes. "Vários portavam armas. Foi sob essa ameaça que eu e outros 40 passageiros descemos. Depois, atearam fogo."
A polícia diz que, além de Barbosa da Silva, prendeu mais dois homens. Na confusão do protesto, esses dois teriam sido libertados por amigos, e fugido.
A mãe de Barbosa da Silva está desempregada. Ganha a vida vendendo versões customizadas de chinelos Havaianas -ela costura miçangas nas correias de borracha e vende os produtos no mercado da Penha a R$ 10 o par. No boletim de ocorrência consta que sua detenção foi por "desacato à autoridade".
"Chutaram-na pelas costas para enfiá-la na viatura", disse o autônomo W.
O pai de Vagner Barbosa da Silva, Ronaldo Ferreira da Silva, 38, até admite que o filho é usuário de drogas. "Mas nunca um traficante. Eu e ele passamos o dia trabalhando em uma obra. Acabamos o serviço mais cedo e o Vagner foi para a quadra. Ele custeia o vício com seu trabalho", diz o pai.
Passava das 20h quando a Secretaria da Segurança Pública deu por controlado o protesto e fazia o rescaldo dos focos de incêndio e a retirada das carcaças dos veículos incendiados.
Dois PMs, uma soldado e um tenente, além de uma passageira de um dos ônibus incendiados estavam feridos sem gravidade -os policiais tinham sido atingidos por pedradas arremessadas por adolescentes.

Favela é dominada por facção

Assim como ocorre na maior parte das favelas de São Paulo em que existe tráfico, a Gabriela Mistral também tem a ação de criminosos ligados à facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Os traficantes são obrigados a pagar uma espécie de imposto para presidiários apontados como chefes do PCC. Em troca, os traficantes recebem proteção. Foi com parte desses recursos que, há três anos, o PCC promoveu a maior onda de violência da história de São Paulo ao atacar forças de segurança para protestar contra a transferência de detentos.

Grupo aproveita e faz arrastão entre os carros

Um grupo de criminosos se aproveitou da manifestação e dos bloqueios na marginal Tietê para fazer um arrastão contra motoristas presos no engarrafamento e atirar pedras nos carros.
"A marginal estava fechada com entulhos e vi um grupo de garotos de 16 a 17 anos andando no meio dos carros, contra o fluxo. Disseram: "Me dá tudo ou vai levar tiro". Antes de ir jogaram uma pedra e quebraram minha janela", disse o engenheiro Altamir Campos de Oliveira, 52.
Ele teve R$ 490 e um celular roubados e ainda assistiu a quatro outros assaltos.
A cabeleireira Lourdes Vieira Barbosa, 68, e sua filha Esli Vieira Thomaz foram assaltadas em seu carro ao entrarem em um desvio feito pela Polícia Militar.
"Fomos jogadas perto da favela. Vi muitos carros sendo assaltados por homens armados. Levaram nossas bolsas", disse Lourdes. As duas também afirmaram ter ouvido vários tiros, mas não identificaram de onde vinham.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Em ato público, organizações relembram três anos dos ataques do PCC em SP



Representantes de organizações em prol dos direitos humanos realizam na tarde desta terça-feira, em São Paulo, um ato público para discutir a apuração da morte de 493 pessoas durante a onda de violência que atingiu o Estado em 2006.

No dia 12 de maio daquele ano, membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) iniciaram uma onda de ataques contra as forças policiais em São Paulo. Os ataques espalharam pânico entre a população e no dia 15 a cidade de São Paulo parou por causa do medo.No período dos ataques --de 12 a 20 de maio--, São Paulo registrou 493 mortes causadas por armas de fogo tanto de civis como de policiais. Conforme nota do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), um dos organizadores do evento desta terça, o ato público tem como meta estabelecer "quantos inquéritos foram concluídos" e "quantas pessoas foram indiciadas" por conta dos assassinatos.

Levantamento feito pela Folha com base nos documentos da Ouvidoria da Polícia, órgão com função de fiscalizar as polícias Militar e Civil, revela que aconteceram 102 casos em que policiais foram suspeitos de matar 170 pessoas. Desse total de mortos, 89 foram vítimas de 54 atentados com "características de execução" (sem chance de defesa para a vítima). Dos 54 casos, 33 já estão arquivados e 16 continuam em andamento.

Além do conselho, participarão do evento representantes do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Ouvidoria da Polícia, da Pastoral Carcerária e do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).

O ato acontece às 14h, na sede do Cremesp (rua Domingos de Morais, 1810, Vila Mariana). Inscrições gratuitas podem ser feitas pelo e-mail eventos@cremesp.org.br ou pelos telefones (11) 3213-8704 e (11) 3017-9345.

SP indenizará família de morto na Operação Castelinho

SÃO PAULO - O Estado de São Paulo foi condenado a pagar 250 salários mínimos para a mulher e cada um dos três filhos de José Airton Honorato, de 35 anos, um dos 12 supostos assaltantes mortos na Operação Castelinho, em 5 de março de 2002. Laudos do Instituto de Criminalística (IC) e depoimentos de testemunhas obtidos pela reportagem indicam que os 12 homens não morreram em tiroteio com policiais militares, como alega a corporação, mas foram executados. Segundo a perícia, das 16 armas que teriam sido apreendidas com o grupo, 14 não apresentavam manchas de sangue.

Dos 12 mortos na operação, ocorrida na praça do pedágio da Rodovia Senador José Ermírio de Moraes (conhecida como Castelinho), em Sorocaba (SP), 8 estavam num ônibus, 2 numa picape D-20 e 2 numa Ford Ranger roubadas. Honorato era motorista do coletivo e foi visto por testemunha sendo retirado do ônibus por um PM e alvejado na sequência. A Operação Castelinho foi planejada por PMs do Grupo de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância (Gradi), criado pela Secretaria da Segurança Pública para investigar crimes raciais, de sexo e religião.

O Gradi, porém, passou a apurar ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) e retirou presos de cadeias para infiltrá-los em quadrilhas da facção. Quatro infiltrados - além de dois agentes do Gradi - convenceram os 12 homens a roubar R$ 28 milhões de um avião-pagador inexistente em Sorocaba. A emboscada foi na Castelinho. Segundo o advogado Antonio Roberto Barbosa, o Brasil está no banco dos réus na Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington por causa da operação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

63% das mortes de civis durante ação do PCC são arquivadas

Entre 12 e 21 de maio de 2006, 170 pessoas foram mortas em ataques, das quais 89 são vítimas de atentado com "característica de execução"

Levantamento foi realizado pela Folha com base nos documentos da Ouvidoria, órgão com função de fiscalizar as polícias Militar e Civil

ANDRÉ CARAMANTE
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Três anos depois da maior onda de violência da história de São Paulo, quando a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) atacou em maio de 2006 as forças de segurança, 63% dos assassinatos de civis em que a própria Ouvidoria da Polícia apontava fortes indícios de excessos cometidos por policiais foram arquivados.
Levantamento feito pela Folha com base nos documentos da Ouvidoria, órgão com função de fiscalizar as polícias Militar e Civil, revela que, entre 12 e 21 de maio de 2006, período mais crítico dos ataques do PCC, aconteceram 102 casos em que policiais foram suspeitos de matar 170 pessoas.
Como as investigações não são centralizadas, não é possível saber o motivo do arquivamento de cada caso. Nem se a decisão de encerrar a investigação partiu da Polícia Civil, da Promotoria ou da Justiça.
Do total de 170 mortos, 89 foram vítimas de 54 atentados com "características de execução" (sem chance de defesa para a vítima). Dos 54 casos, 33 já estão arquivados e 16 continuam em andamento.
Em dois deles, dois PMs foram pronunciados, ou seja, deverão ser levados a júri pelas mortes; em outros dois casos, os autores foram identificados e não são policiais. Em um caso, um PM identificado como autor do crime foi morto e o caso acabou sendo arquivado.
As outras 81 pessoas foram mortas por policiais em 48 supostos casos de "resistência à prisão seguida de morte".
Entre essas 48 ações, 31 foram arquivadas (algumas porque a versão dos envolvidos foi confirmada) e 12 ainda estão sendo investigadas.
"É mais uma história de impunidade, bastante parecida com a que vivemos na ditadura. Naquele período, São Paulo enfrentou números de guerra e, até hoje, não temos respostas para aquelas mortes", diz Rose Nogueira, do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).

Direitos Humanos
Hoje, entidades de direitos humanos que acompanham as investigações sobre as mortes de maio de 2006 realizam um ato público no Cremesp (Conselho Regional de Medicina) para cobrar providências do governo em relação à apuração.
Um dos casos classificados como exemplo de impunidade será apresentado pela ONG Conectas: em 14 de maio, cinco jovens foram mortos no Parque Bristol (zona sul). O crime foi investigado como cometido por PMs, já que, segundo testemunhas, as vítimas vinham sendo ameaçadas por policiais. O caso acabou arquivado.
Uma das principais reivindicações será a unificação e a divulgação, pela Secretaria da Segurança, dos resultados das investigações dos 493 assassinatos (incluídos os 170 acompanhados pela Ouvidoria) no Estado durante os ataques naquele período. Nesse total estão casos como brigas de vizinhos.
"O fato de a Secretaria da Segurança Pública não divulgar um relatório único sobre as mortes ocorridas em maio de 2006 demonstra uma decisão política", disse Antonio Funari Filho, ouvidor da polícia de SP.

Secretaria da Segurança não se pronuncia sobre as investigações


A Secretaria da Segurança foi procurada ontem, mas não se manifestou sobre as investigações dos 493 homicídios ocorridos em maio de 2006, durante a primeira das três ondas de ataques do PCC naquele ano.
A reportagem solicitou à secretaria a indicação de um representante para prestar esclarecimentos sobre aquelas mortes, inclusive a dos 43 integrantes das forças de segurança, mas o pedido não foi atendido até a conclusão desta edição.
A Segurança Pública também não esclareceu os 54 casos (com total de 89 vítimas) com "características de execução" e nos quais a Ouvidoria da Polícia de São Paulo reuniu indícios de participação de grupos de extermínio que contam com a participação de policiais.
Como a pasta não indicou representante para falar, os resultados das investigações sobre os 48 casos de "resistência à prisão seguida de morte" (81 mortos) da época também ficaram sem esclarecimentos.
Por meio de nota oficial, o Comando Geral da PM informou que os homicídios em que seus integrantes são envolvidos passam por uma investigação administrativa e que são analisados pela Promotoria.
"Desse modo, eventuais ações abusivas são devidamente apuradas, e seus responsáveis, punidos no rigor da lei. Contudo, não se têm notícias sobre abusos praticados por policiais militares à época dos fatos, tendo todas as denúncias recebidas sido devidamente apuradas. Ocorreu, sim, uma pronta resposta da PM em razão da violência extremada praticada por criminosos, sendo tal resposta empreendida na medida do potencial agressivo utilizado", diz a nota. (AC e LK)

domingo, 10 de maio de 2009

Homem em fuga faz mulher e criança reféns em Guarulhos (SP)

Um homem de 23 anos que fugia da polícia após tentativa de sequestro relâmpago, fez uma mulher e uma criança reféns em Guarulhos (Grande São Paulo), na tarde deste domingo, segundo informações da polícia.

Daniel Bruno da Costa Santos, conhecido como japonês, teria entrado no carro de uma família que estava na avenida Doutor Renato de Andrade Maia, no bairro Parque Renato Maia, e como não conseguia ligar o Astra e a polícia estava próxima, teria agarrado uma mulher de 19 anos que estava no veículo e carregava uma criança de cerca de dois anos.

De acordo com a PM, Santos ameaçava quebrar o pescoço da refém. Os policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) negociaram com o suspeito e ele se entregou

Ainda segundo informações da polícia, Santos e outro homem haviam tentado um sequestro relâmpago por volta das 14h, quando entraram no Meriva prata de um homem de 41 anos que estava na avenida Paulo Faccini, também em Guarulhos.

A vítima conseguiu sair do carro quando viu policiais. A PM informou que os dois suspeitos tentaram fugir no Meriva, mas bateram em outro carro que estava estacionado. Os dois correram em direção opostas e foram perseguidos. Na fuga, Santos jogou uma pistola calibre 32 no chão e fez a mulher refém, mas foi preso pelos policiais.

Segundo a Polícia, o outro homem conseguiu pular um muro e fugir pelo matagal. A arma usada por Santos foi encontrada. Ele foi levado para o 1º DP de Guarulhos, onde o caso foi registrado.

Quadrilha invade mansão e leva quadros de Portinari e Tarsila em SP

Uma quadrilha invadiu e roubou quadros de uma casa na região dos Jardins, na zona oeste de São Paulo, na manhã deste domingo, além de joias e dinheiro. Segundo informações da polícia, entre as telas estavam dois trabalhos de Cândido Portinari e um de Tarsila do Amaral.

A polícia informou que um homem foi à residência, na rua Estados Unidos, por volta das 9h, e fingiu que iria entregar flores em homenagem ao Dia das Mães. Ao chegar, rendeu o segurança e abriu a porta para os outros integrantes entrarem.

O grupo armado trancou duas moradoras e quatro funcionários em um dos cômodos e roubou três quadros da residência, além de uma quantia não especificada em dinheiro e joias. A ação teria durado uma hora e meia e a polícia não soube precisar o número de ladrões.

Os quadros de Portinari, segundo a polícia, eram "O Cangaceiro", da década de 50, que mede 100 cm x 80 cm, e "Retrato de Maria", de 1934, de 80 cm por 60 cm. A tela de Tarsila do Amaral roubada é "Figura em Azul", de 1923.

Segundo a polícia, as telas foram arrancadas sem qualquer cuidado e as moldura foram quadradas e deixadas na residência.

Os ladrões também teriam danificado uma escultura que pode ser de Victor Brecheret e a casa foi toda revirada.

De acordo com a polícia, ninguém ficou ferido. Nenhum criminoso foi preso ainda. O caso está sendo registrado no 78º DP (Jardins).

Kassab põe SP sob o comando de 40 oficiais da PM

Eles ocupam os principais postos em subprefeituras, secretarias, CET, Samu, Defesa Civil e Serviço Funerário


Acusados de tratar cidadãos como inimigos por estarem contaminados pela doutrina militarista, eles foram execrados na retomada da democracia, quando ganharam a pecha de truculentos. Na gestão de Gilberto Kassab (DEM), o estigma parece ter ficado de lado e hoje a Polícia Militar oferece cada vez mais quadros à Prefeitura, justamente em áreas voltadas à prestação de serviços aos cidadãos de São Paulo.

Segundo levantamento feito pelo Estado, existem atualmente 40 oficiais da corporação espalhados em postos chaves da administração, como subprefeituras, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Secretaria Municipal de Transportes, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Serviço Funerário e Defesa Civil. Os oficiais só assumem a vaga depois que passam para a reserva.

"Eles têm excelência no serviço público e experiência em aprovações de projetos, por exemplo", defende o prefeito Gilberto Kassab. "Em Cidade Tiradentes, temos muitos terrenos públicos ocupados. Já fizemos operações para fechar 50 bares. Os oficiais têm bons contatos nas polícias e ajudam a acelerar as parcerias", explica o subprefeito, Renato Barreiros, que conta com os serviços do coronel Claudio Augusto Xavier na assessoria da Defesa Civil da subprefeitura.

É justamente nas administrações locais onde se encontra a maior concentração de oficiais da PM. Dezenove das 31 subprefeituras já contam com 25 coronéis, um major e um tenente. Eles são subprefeitos em Pinheiros, na zona oeste, na Mooca, na zona leste, e em Santo Amaro, na zona sul. E o prefeito anunciou em discurso que, em breve, um coronel deve comandar a Subprefeitura da Sé, no centro.

Os coronéis ainda estão nas chefias de gabinete de 13 subprefeituras. Outros cinco são coordenadores de Planejamento e Desenvolvimento Urbano e três de Projetos e Obras, áreas que trabalham com fiscalização. Alguns ainda levam assistentes para auxiliá-los. Os demais oficiais estão em funções administrativas, como supervisão técnica do gabinete da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.

A Subprefeitura da Mooca é a que tem mais oficiais em seus quadros. São quatro coronéis e um tenente. Foi justamente na Mooca que a chamada "onda dos coronéis" ganhou força na gestão Kassab. O coronel Rubens Casado, ex-comandante do Policiamento da Capital, foi trabalhar na Subprefeitura em julho do ano passado, um dia depois do escândalo de propinas envolvendo fiscais e camelôs. Casado começou como chefe de gabinete. Teve bom desempenho e subiu de posto no começo do ano. Mesma época em que o coronel Nevoral Bucheroni assumiu a Subprefeitura de Pinheiros. Na semana passada, um ex-comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel Manoel da Silva Araújo, se tornou subprefeito de Santo Amaro. "Meu trabalho é fazer cumprir a legislação. As coisas começam a mudar quando conseguimos dar pronta resposta às irregularidades", diz Casado.

COMBATE AO CRIME

Como muitas tarefas das subprefeituras estão relacionadas a crimes comuns, a facilidade que os oficiais têm para manter contato com policiais da ativa aparece como outro atrativo importante. "Fechamos recentemente um bar que tinha muitos problemas com drogas. A polícia consegue colocar o P2 (serviço de informação da PM) em ação. Nós temos o poder de fiscalização e de fechamento do estabelecimento", diz o subprefeito de Aricanduva, Roberto Tamura, que conta com ajuda do major Wanderlei Rohrer na chefia de gabinete.

A grande quantidade de oficiais em diferentes pastas da Prefeitura acaba facilitando também a parceria entre diferentes setores da administração. Encarregado da fiscalização de alguns dos lugares mais badalados na noite paulistana, caso da Vila Madalena, na zona oeste, o subprefeito de Pinheiros, coronel Bucheroni, só precisa de alguns telefonemas para pedir apoio aos colegas coronéis da CET na fiscalização de valets e carros em fila dupla. Até a semana passada, atuava em parceria com o Programa de Silêncio Urbano (Psiu), que era comandado pelo coronel Fernando Coscioni (ver boxe ao lado), para ficar em cima das casas noturnas mais barulhentas. "Dessa maneira, evitamos muitas vezes a lenta burocracia que pode atrapalhar o trabalho."

Nos bastidores, a expectativa é de que a quantidade de coronéis não pare de aumentar. Primeiramente, os currículos são avaliados na Coordenação das Subprefeituras e, depois, sugeridos para regiões que precisam de novos quadros. Os coronéis, contudo, não têm sido impostos pelo prefeito. Ele são sutilmente oferecidos. A subprefeita da Lapa, Soninha Francine, recebeu recentemente uma ligação de Kassab, colocando os serviços de um oficial à disposição para ajudar a "coibir práticas criminosas na região ou no mínimo impor respeito". Soninha entrevistou o nome sugerido, que pediu uma equipe com oito auxiliares. "Achei melhor recusar porque não havia todas as vagas disponíveis."

QUEM SÃO E ONDE ESTÃO

Sub Aricanduva: major Wanderlei Rohrer, chefe de gabinete
Sub Butantã: coronel Jair Pacca de Lima, chefe de gabinete
Sub Cidade Ademar: coronel Luiz Humberto Saviolli, coordenador de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (CPDU)
Sub Campo Limpo: coronel Vitória Brasília, chefe de gabinete
Sub Casa Verde: coronel Airton Nobre de Mello, chefe de gabinete
Sub Cid. Tiradentes: coronel Claudio Augusto Xavier (Defesa Civil)
Sub Guaianases: coronel Fernando Souza Brito, chefe de gabinete
Sub Ipiranga: coronel Reinaldo Rocco, chefe de gabinete; coronel Admir Bento (Defesa Civil)
Sub Jaçanã: coronel José Giannoni, chefe de gabinete
Sub Mooca: coronel Rubens Casado, subprefeito; coronel Marcílio, chefe de gabinete; coronel Gerson Branchini (CDPU); coronel Marcio, coordenador administrativo; tenente Garcia (Fiscalização)
Sub Perus: coronel Sérgio Carlos Filho, coordenadoria de administração e finanças
Sub Pinheiros: coronel Nevoral Bucheroni, subprefeito; coronel Rogério Paixão, coordenador de Projetos e Obras (CPO)
Sub Pirituba: coronel Valdeir Vasconcelos (CPDU); novo coronel vai assumir chefia de gabinete
Sub Santana: coronel José Vasconcelos, chefe de gabinete
Sub S. Amaro: coronel Manoel Antônio Araújo, subprefeito; coronel Jerônimo (CDPU); coronel Roberto Costa, chefe de gabinete
Sub São Miguel: coronel Paulo Máximo, chefe de gabinete
Sub Vila Mariana: coronel Adílson Alves de Moraes (CPDU)
Sub V. Prudente: coronel Renato Cesar Melo, chefe de gabinete
Secretaria de Coordenação de Subprefeituras: coronel Roberto Ney Campanha Nascimento, supervisor técnico do gabinete
CET: coronel Roberto Allegretti, diretoria de Administração e Finanças; coronel Rui Cesar Melo, diretor de Operações; major Dario Medeiros, superintendente de Comunicação
Secretaria de Transportes: coronel Trajano Conrado, diretor do Departamento de Transporte Público (DTP); coronel Rail de Mendonça, diretor de Divisão do DTP;
coronel Roberto Vieira Tosta, assessor do gabinete do DTP; Valter Caetano, gerente de Recursos Administrativos do DTP
Serviço Funerário: coronel Antônio Sérgio Palazzi, assessor geral;
coronel Celso René Vieira, diretor de Segurança
Defesa Civil: coronel Orlando de Camargo Filho, coordenador-geral
Samu: Coronel Luiz Carlos Wilke, diretor
Secretaria de Segurança: coronel Sérgio, assistente técnico do gabinete