sexta-feira, 8 de março de 2013

Rejeitada extensão de porte de arma para peritos criminais | BLOG DO DELEGADO

períciaA Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou, nesta quarta-feira (6), projeto de lei do Senado (PLS 199/2006) que autorizava a extensão do porte de arma para peritos criminais e de medicina legal e papiloscopistas que atuam nos Institutos de Criminalística, de Identificação e de Medicina Legal. A matéria havia recebido parecer pela aprovação do relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), e pretendia alterar a Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que regula o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo e munição no país.
O primeiro senador a se manifestar contra o PLS 199/2006 foi o senador Humberto Costa (PT-PE), autor de um projeto que estendia o porte de arma para os agentes penitenciários. Segundo recordou, a matéria foi aprovada pelo Congresso em 2012 com a ampliação da medida para outras categorias e acabou sendo parcialmente vetada pela presidente Dilma Rousseff.
- Do ponto de vista procedimental, seria mais lógico votar o veto, derrubá-lo e garantir o projeto que já foi amplamente discutido. Caberia a discussão se outras categorias colocadas deveriam ser, de fato, contempladas – argumentou Humberto Costa.
Em seguida, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) se disseram contrários por considerar uma “temeridade” a sucessiva expansão do porte de arma restringido pelo Estatuto do Desarmamento.
-A arma deve ser de uso privativo das forças de segurança e das Forças Armadas – afirmou Randolfe.
Como os peritos criminais e papiloscopistas costumam trabalhar em companhia de policiais armados, os senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Pedro Taques (PDT-MT) julgaram desnecessária a autorização de porte para estas categorias. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) também apresentou reservas ao PLS 199/2011As informações são da Agência Senado.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Mulheres protestam contra lotação, falta de comida e água no CDP


Diário de Suzano ed.: 9447 - 26 de fevereiro de 2013
Celas lotadas. Comida estragada. Falta de médicos e “humilhação” durante revista em dia de visita. Estas são as reclamações de suzanenses, esposas, mães e irmãs de presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Suzano. Para reivindicar melhorias, cerca de 15 mulheres protestaram ontem em frente ao Fórum da cidade.
Representantes do grupo também levaram as reivindicações para Promotoria de Justiça do município.
De acordo com Monique Neves, há muito tempo a situação dos presos é “precária” com superlotação, ausência de médicos na unidade e falta de comunicação entre a portaria e o setor administrativo.
“Passamos muita humilhação nos dias de visita. Todos, inclusive as crianças, termos que mostrar as ‘partes íntimas’, ficam dizendo que estamos mentido e mandando fazer força para ver se não tem nada escondido. Às vezes ficam três ou quatro agentes revistando a pessoa”, revela.
Durante o protesto, a reportagem do DS conversou com outras mulheres. Com medo, preferiram não divulgar o sobrenome.
Samara reclama da comida. “Recebem um pote para toda a cela e vem azeda. Quando levamos comida, reviram toda ela, mesmo depois de passar pelo raio-x”, conta.
Carla comenta ainda sobre punições. “Nos tratam como se fôssemos delinquentes. Não podemos ser maltratados pelos erros dos presos”.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SAP) informou que “as denúncias não procedem” e que segue resolução de 2010, com normas para a revista.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Defensores públicos lutam contra o veto de Dilma

Por Juliana Sada
No final de 2012, os defensores públicos (que oferecem assistência jurídica gratuita para a população carente) foram surpreendidos: a presidenta Dilma Rousseff vetou o projeto de lei complementar (PLP) 114 que modifica a Lei de Responsabilidade Fiscal. O PLP tinha o objetivo de garantir mais recursos para as Defensorias Públicas.
Para tentar reverter a decisão, na última quinta-feira, 6, cerca de 500 pessoas participaram de uma mobilização no Congresso para pedir aos parlamentares a derrubada o veto presidencial.
A falta de investimentos dificulta a expansão desse serviço. O PLP 114 estabelece um teto de gastos com as Defensorias, equivalente a  2% do orçamento líquido de cada estado, mesma porcentagem determinada para o Ministério Público (MP). A presidenta Dilma vetou o projeto alegando que “teria consequências extremamente danosas às Unidades da Federação”, com base em recomendações dos Ministérios do Planejamento, Fazenda, Gestão e Orçamento.
O presidente da Associação Paulista de Defensores Públicos, Rafael Português, discorda dessa avaliação já que o PLP não prevê a obrigatoriedade de investimento, apenas determina o teto de gastos: “cada estado, dentro da sua realidade, teria um investimento diferente”, explica. Português ressalta a importância de equiparar a Defensoria ao MP, já que um dos objetivos é garantir que sempre onde “tenha um promotor acusando, tem que ter um defensor defendendo”. No estado de São Paulo, a disparidade entre o investimento feito em cada instituição é enorme: a Defensoria recebe cerca 0,16% da receita estadual, enquanto o MP recebe quase 2%.
Criada apenas em 2006, A Defensoria Pública de São Paulo está presente em 22% das comarcas –  área de competência de um determinado juiz –  e possui 500 defensores. A previsão é de que até 2015 o estado tenha 900 defensores. Mas Rafael Português estipula que seriam necessários entre 1800 e 1900 para que todo o estado fosse atendido. Apenas Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal tem 100% das comarcas com presença da Defensoria. Já Santa Catarina é o único estado que não implantou a DP, como determina a Constituição de 1988.
O que mudaria na organização das Defensorias Públicas com a entrada em vigor do PLP 114?
A questão básica, central, da Defensoria Pública é o nosso orçamento. Nós não temos o mesmo fomento e as mesmas estruturas que as outras instituições. O que o PL iria garantir que a Defensoria tivesse um tratamento igual ao do Ministério Público (MP) e pudesse  de alguma forma sempre garantir que onde tem um promotor, tenha um defensor público fazendo a defesa do cidadão carente.
Quando a presidenta Dilma Rousseff justificou o veto, ela alegou ser contrário ao interesse público. Ela quer dizer que não haveria condição financeira de aplicar isso. Vocês concordam?
Na verdade, não há obrigação de investimento na Defensoria. Teria um teto, você institui um teto de 2% da receita líquida do estado. Cada estado, dentro da sua realidade, teria um investimento diferente. Na forma tratada, as duas instituições teriam o mesmo peso, com 2%. Não há uma obrigatoriedade de investimento da Defensoria.
Na prática, qual o impacto do PLP? Ou é mais formal?
Na prática, ele vai parametrizar as instituições, ele vai colocar a Defensoria Pública e o Ministério Público com os mesmos parâmetros orçamentários. Isso vai evidenciar a disparidade de investimento de uma instituição para outra. Aquele que acusa com um investimento do estado, com um dotamento orçamentário, e aquele que defende com outro orçamento.
Há estados em que a Defensoria Pública está presente em 100% das comarcas. O que foi feito para atingir isso?
Investimento do estado. No Rio de Janeiro, há um investimento do estado, ali são 900 defensores públicos contra 500 em São Paulo. Um estado muito maior, que é São Paulo, com quase metade dos defensores. Há investimentos, estruturação… O salário do defensor público é igual da magistratura, do MP. O tratamento díspare que ocorre em São Paulo não ocorre no Rio de Janeiro.
Qual a importância do trabalho do defensor público na democratização da Justiça?
Nossa atribuição transcende em muito a atuação judiciária. Nós trabalhamos com orientação e educação em direitos, na construção da cidadania. Temos a ideia de coletivizar o conflito, ao invés de abarrotar o judiciário com milhões de ações, fazemos uma ação coletiva para atender toda a população carente. O cidadão carente, especialmente na área cível de família, aquele que não conta com um defensor público, ele fica sem ter seu direito questionado na justiça. São nesses casos que a Defensoria Pública vai atuar e poder auxiliar garantindo a justa cidadania.
Como foi a recepção dos parlamentares à demanda dos defensores?
Foi boa a receptividade, a proposta havia passado com unanimidade no Congresso, as duas casas estão perplexas com esse veto da presidente Dilma. Todos disseram que vão trabalhar para derrubar o veto. Fomos recebidos pelo presidente da Câmara e do Senado. O senador [José] Pimentel (PT/CE), que é líder do governo autor do projeto [PLP], esteve no nosso seminário defendendo a derrubada do veto. Esperamos sensibilizar os demais parlamentares para que o veto caia.
Leia outros textos de Plenos Poderes

sábado, 9 de fevereiro de 2013

G1 - Mais de 20 celulares são apreendidos em penitenciária na Grande SP - notícias em São Paulo


Telefones celulares apreendidos dentro de unidade prisional em Franco da Rocha, Grande SP (Foto: Divulgação)
Vinte e dois celulares foram encontrados, na madrugada desta sexta-feira (8), dentro da Penitenciária 2, em Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, por agentes penitenciários. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), os aparelhos telefônicos estavam em pacotes e foram arremessados, por um homem ainda não identificado, para dentro do presídio.
De acordo com a SAP, a polícia também foi chamada. Junto com os celulares, foram encontrados 27 baterias, três chips, oito carregadores e quatro fones de ouvido. A apreensão ocorreu por volta das 4h15, quando agentes de segurança da penitenciária flagraram um homem atirando pacotes amarrados por cima do muro da unidade. Disparos de atenção foram efetuados, mas o homem fugiu em direção a uma mata próxima.
Até as 15h30 desta sexta-feira, a polícia ainda não tinha informações sobre a identidade do criminoso que jogou os celulares.
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Facções de SP e do RJ se uniram no interior

O Estado de S.Paulo
O Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio, se uniram em 2008 para o tráfico de drogas no interior de São Paulo. As ações eram coordenadas de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Mirandópolis (SP). A informação foi divulgada ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São José do Rio Preto. A Justiça de Fernandópolis condenou 9 membros do bando em 2012. O Ministério Público pediu ontem aumento das penas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Homicídios crescem 15,2% no Estado

BRUNO PAES MANSO
DANIEL TRIELLI
Os homicídios voltaram a crescer em agosto na capital e no Estado de São Paulo. Os assassinatos aumentaram na capital 15,2% no mês passado em relação ao mesmo período do ano anterior, fechando com 106 casos. Nos oito primeiros meses do ano, o crescimento na capital já acumula 15,4%.
Depois de cair nos dois primeiros meses deste ano, o aumento nos homicídios começou em março e se manteve nos três meses que se seguiram. Em julho, a capital registrou queda, voltando a crescer no mês passado.
No Estado de São Paulo, o crescimento acumulado nos oito primeiros meses do ano chega a 6,3%. Em agosto, o aumento foi de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 391 casos.
Para o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, essa variação é esperada, já que a capital, por exemplo, registrou em agosto só 14 casos a mais do que o mesmo período do ano passado. “Claro que um homicídio é sempre sentido pelas autoridades policiais. Mas esse valor é pequeno se pensarmos que há uma população de 11 milhões de habitantes”, diz o delegado-geral.
Segundo Carneiro Lima, a reforma do Código Penal, que está sendo discutida atualmente no Congresso Nacional, pode ser uma boa oportunidade para endurecer as penas de assassinatos. “Não defendo que a prisão seja solução para todos os crimes, como furtos e outros casos mais leves. A prisão deve ser lugar de crimes violentos, como os assassinatos.”
Se a violência dos homicidas permanece em alta, as mortes culposas resultantes de acidentes de trânsito estão em queda brusca no ano. Nos primeiros oito meses, a diminuição já acumula 37,5%. Foram 1.785 mortes a menos no trânsito do Estado de São Paulo, apesar do crescimento da frota.
Um dos motivos dessa queda é que na Secretaria de Segurança Pública começaram a ser feitos registros de homicídios dolosos de acidente de trânsito, nos casos em que os motoristas assumem o risco do crime cometido. Ao longo dos oito meses, foram 63 casos de homicídios culposos no trânsito, o que representa porcentagem mínima das mortes no trânsito.
Os roubos seguidos de morte também registraram crescimento no Estado. Foram 24 casos no mês passado, enquanto em agosto do ano passado foram registrados 14. Nos oito primeiros meses do ano, o crescimento total já chega a 9%, alcançando 229 casos no período. Na capital, os latrocínios caíram em agosto, passando de 8 para 4 casos, apesar de registrar aumento de 6% nos oito primeiros meses do ano.
Os estupros, que passaram também a contabilizar os atentados violentos ao pudor, também merecem destaque em agosto. Alcançaram o mais alto número desde que passaram a ser contados mês a mês, em janeiro do ano passado, com 1.184 casos, mostrando que as pessoas estão mais dispostas a denunciar.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Para justificar ‘milícias’, Russomanno usa decreto extinto da ditadura | Carta Capital


Estadão de 3 de setembro de 1968. Foto: Reprodução
Líder nas pesquisas pela prefeitura de São Paulo, o candidato Celso Russomanno (PRB) tem prometido integrar vigias particulares e policiais. Ele propõe que os guardas privados ajudem a polícia, tenham uniformes e rádios para se comunicar com os agentes do Estado.
Para justificar a sua proposta, Russomanno tentou se embasar em um decreto da ditadura que já foi extinto. “Disseram algum tempo atrás que eu queria criar uma milícia. Só que quem falou isso não tinha conhecimento técnico que existe o decreto 50.301 de 1968”, disse o candidato no debate realizado na última terça-feira 17 pela TV Cultura. “Está na lei e o que eu falo tem garantia.”
A regra citada por Russomanno, porém, não está em vigor há quase dez anos. No dia 3 de dezembro de 2002, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou uma nova lei que enterrou a regra da ditadura.
Resquícios da ditadura
Governador de São Paulo eleito indiretamente, Abreu Sodré impôs o decreto citado por Russomanno em 2 de setembro de 1968, pouco mais de três meses antes do Ato Institucional nº5, marca do endurecimento da ditadura no país. O decreto ditatorial previa que as guardas particulares deveriam ajudar os órgãos policiais “sempre que solicitados nos casos de emergência ou necessidade de serviço policial”. O texto também previa que os vigilantes particulares tivessem a orientação de delegados. Nenhum desses dispositivos aparece na lei de 2002, que ainda está em vigor.
Ao lembrar do decreto ditatorial no debate, o candidato do PRB se referia à crítica feita pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) no começo deste mês. “Ele está querendo criar uma milícia. Isso é um perigo para a cidade”, disse o prefeito. Em nota, Kassab também disse que “é uma irresponsabilidade propor que vigias particulares passem a exercer funções exclusivas do Estado com acesso à rede de comunicação oficial.”
O professor Oscar Vilhena Vieira, da escola de direito da FGV-SP, também diz que a legislação não permite a integração de empresas de segurança à guarda municipal. “O exercício da segurança pública é monopólio do Estado e as pessoas tem que ter uma carreira dentre aquelas previstas pela Constituição para exercer qualquer função de policial”. Segundo o professor, os vigilantes devem se resumir a proteção “ao que for particular”.
Já o advogado Hédio Silva Junior, ex-secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, diz que a proposta é viável legalmente se forem respeitados os limites de atuação das policias. “Não há problema se você deixar cristalino que o vigilante é um elo de comunicação a mais entre a comunidade e a segurança pública.” Segundo ele, a colaboração deve se restringir a chamar a polícia e a ajudá-la na apuração de informações. A reportagem procurou o candidato, mas ele não respondeu aos pedidos de entrevista feitos na quarta-feira 19.
Proximidade com a indústria de armas
Quando deputado federal (entre 1995 e 2007), Russomanno enviou ao Congresso uma proposta no qual deputados e senadores teriam direito de portar uma arma para autoproteção. Segundo a Folha de S. Paulo, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições doou 100 mil reais a campanha dele em 2010 ao governo do estado. Ao jornal, ele negou fazer lobby para o setor e disse que a doação se deve ao fato de ele ser “especialista em segurança”.