sábado, 21 de março de 2009

Presa advogada acusada de ligação com PCC

Foragida há um ano, Adriana Telini Pedro foi presa ontem no interior de SP, após denúncia anônima, com identidade falsa

Defesa diz que advogada não se considerava foragida da polícia e que falsa identidade não estava sendo usada por ela

JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Considerada foragida há um ano e acusada de envolvimento com a facção criminosa PCC, a advogada Adriana Telini Pedro foi presa ontem em Sumaré (118 km de SP). A advogada foi presa após denúncia anônima feita à polícia -há dois mandados de prisão preventiva decretados contra ela.
A advogada já havia sido detida, no início do ano passado, sob a acusação de ter sido cúmplice num roubo de joias, em 21 de janeiro. Ela responde por tentativa de latrocínio e formação de quadrilha por esse crime, segundo a polícia.
Outro crime pelo qual Adriana é acusada, associação com o tráfico, começou a ser investigado em 2005 devido a supostas ligações com o PCC. Durante as investigações, a Polícia Civil interceptou conversas telefônicas em que ela conversava com um criminoso identificado como Perna, apontado como um dos líderes da facção criminosa em Franca.
Nas conversas, Adriana, segundo a polícia, orientava o criminoso a assaltar clientes dela que tinham acabado de sacar grandes quantias em dinheiro.

Prisão
A prisão da advogada ocorreu ontem pela manhã. Segundo a Polícia Militar, duas mulheres foram abordadas diante de uma casa no endereço fornecido pela denúncia anônima. Adriana teria se identificado como Zenilda Neves de Moraes.
"Houve contradição, porque a outra mulher, a empregada, não a conhecia por aquele nome", disse um policial. Além disso, quando a polícia checou a informação, descobriu que o documento de identidade em nome de Zenilda havia sido perdido em abril de 2008 e estava cancelado.
Após a polícia apresentar o mandado de prisão e fotos, Adriana assumiu sua identidade verdadeira.
A mulher foi presa em flagrante por uso de documento falsificado, segundo informou o delegado Pedro Sérgio Cortegoso, de Sumaré.
Segundo uma pessoa que teve acesso ao depoimento, Adriana declarou ter comprado um documento de identidade por R$ 250. A pena para uso de documentos falsos é de dois a seis anos de prisão.
Na casa da advogada em Sumaré, foram encontrados dois celulares -que serão investigados- e o documento de Luciano dos Santos Gonçalves, namorado de Adriana e que está preso em Piracicaba. A suspeita da polícia é que ela estava utilizando a falsa identidade para visitar o companheiro.
Adriana foi transferida de Sumaré para Franca.
Em 2006, ela teve o registro profissional suspenso por um ano meses pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por causa das acusações de ligação com o tráfico. Atualmente, a advogada está com seu registro na OAB ativo, de acordo com o atual presidente da OAB de Franca, Ivan da Cunha Souza.

Outro lado
Segundo o advogado Rui Engracia Garcia, que defende Adriana, tecnicamente sua cliente não se considerava uma foragida da polícia.
"Ela ficou sabendo dos mandados ontem", disse.
Sobre a falsa identidade, Garcia afirmou que "acharam um documento com ela, mas ela não estava usando". O advogado disse ainda que não há provas definitivas contra Adriana.
Garcia relatou que pretende descaracterizar a acusação de tentativa de latrocínio. Dessa forma, Adriana responderia somente por roubo, ainda de acordo com ele.
O advogado afirmou que um habeas corpus em favor de Adriana tramita na Justiça há cerca de um ano.

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