Bando entrou no local, ainda sem circuito interno, e roubou nove dos 26 apartamentos
Edifício é novo e ainda não está totalmente ocupado; esse é o oitavo arrastão na cidade neste ano -um a mais do que em 2008
ALINE MAZZO
DO "AGORA"
Um bando com cerca de 25 homens invadiu um condomínio de luxo na Vila Sofia (zona sul), rendeu os moradores e roubou nove dos 26 apartamentos do prédio, anteontem.
Por se tratar de um prédio novo, o circuito interno não estava funcionando, tampouco todas as unidades estavam ocupadas. Ninguém foi preso. Esse é o oitavo arrastão em condomínios da capital neste ano.
Segundo a polícia, para entrar no edifício, dois assaltantes de terno preto saíram de um carro -que encostou em frente ao prédio- e renderam o porteiro que estava na rampa de acesso ao estacionamento. Eles estavam armados com fuzis.
Os criminosos levaram o porteiro ao primeiro subsolo e seguiram para a portaria, onde renderam outros dois vigias do prédio. Depois, eles conseguiram permitir a entrada do restante do bando. Todos que chegavam ou saíam do prédio eram rendidos e colocados em uma cozinha privativa. Pelo menos 15 pessoas foram abordadas pelos ladrões.
Rendidos, os moradores eram obrigados a abrir os apartamentos para que os pertences fossem roubados. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, foram levados R$ 168.420, US$ 500, 500, equipamentos eletrônicos, joias, celulares, bolsas e documentos. A ação durou cerca de duas horas e meia, segundo a pasta.
Os ladrões fugiram em diversos carros e ninguém foi preso. Segundo testemunhas, eles sabiam do funcionamento do condomínio e conheciam o nome de alguns moradores. A polícia não quis se pronunciar sobre a investigação.
Oitavo arrastão do ano
O número de arrastões a condomínios em São Paulo já ultrapassa a soma de todos os casos semelhantes ocorridos no ano passado -sete ao todo.
Para o especialista em segurança de condomínios José Elias de Godoy, "os prédios são presa fácil, pois o risco [para o assaltante] é o mesmo, com possibilidade de lucro maior".
Ele afirma que 90% desses casos acontecem por falha humana. Por isso, diz que não adianta investir em equipamentos se não houver treinamento para os funcionários e colaboração dos condôminos.
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