Henrique Dejol disparou contra Ricardo Maluf após discussão, segundo a Polícia Civil
Atingido no abdome, chefe da delegacia sobre entorpecentes de Diadema, na região do ABC, morreu no final da noite de ontem
DA REPORTAGEM LOCAL
Um escrivão foi preso acusado de matar um delegado durante uma discussão, na tarde de ontem, dentro da Delegacia Seccional de Diadema, na região do ABC.
Chefe da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), o delegado Ricardo Maluf foi baleado na altura da barriga -a bala atingiu o pâncreas e a veia cava (que deságua o sangue venoso da cabeça), segundo informações do complexo hospitalar Quarteirão da Saúde, onde foi atendido.
O tiro foi disparado, segundo a polícia, pelo escrivão Henrique Dejol. Segundo a apuração da Corregedoria Geral da Polícia Civil, a briga foi causada pelo desaparecimento de documentos de um inquérito em que os dois trabalhavam juntos.
Depois de ter sido socorrido por policiais da Dise, que fica dentro da delegacia seccional, Maluf foi submetido a uma cirurgia. Ele recebeu nove bolsas de sangue, mas não resistiu.
A corregedoria investiga a possibilidade de o delegado, antes de ser ferido por Dejol, ter sacado sua arma e o ameaçado de morte. O escrivão baleou-o com uma pistola .40, da polícia.
Dejol foi preso em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio, segundo Paulo Fortunato, delegado seccional de Diadema, que assumiu o cargo na sexta. Agora, o escrivão deve responder por homicídio.
Fortunato disse que o motivo da briga ainda é investigado.
O escrivão foi transferido para o Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte). A Folha não havia tido acesso a ele até as 23h30. Dejol ainda não havia constituído advogado de defesa.
Cheque em branco
Segundo investigadores da corregedoria, a discussão entre o delegado e o escrivão começou porque um cheque em branco, parte de um inquérito policial investigado na Dise, desapareceu com outros papéis.
Maluf notou o sumiço e cobrou providências de Dejol.
O delegado estava prestes a deixar a Dise de Diadema para ser transferido para o Deic (departamento de roubos). Ele será enterrado hoje.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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