segunda-feira, 4 de maio de 2009

Aumento de latrocínio em SP 'não é tendência', diz Serra



O governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), relativizou hoje o aumento no número de latrocínios registrados na capital. "É um ponto na curva. Não é uma tendência necessariamente", disse o governador, após participar de evento em um hospital da zona leste da cidade. Conforme dados divulgados na semana passada, as ocorrências de roubo seguido de morte subiram 80% no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2008. Foram 27 casos ante 15. De 14 indicadores de criminalidade medidos pela Secretaria de Segurança Pública, dez tiveram aumento, entre eles roubo e estupro.

Ao minimizar o dado, Serra apontou um dado positivo: a queda no número de homicídios na capital. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, houve diminuição de 6,44% nos homicídios dolosos (com intenção de matar). "Todo mês tem alguma coisa que melhora e outra que piora. A taxa de homicídios na cidade de São Paulo caiu. Se tivesse aumentado, a manchete (dos jornais) seria que subiu."

Questionado se a piora nos indicadores de criminalidade medidos pela Secretaria de Segurança Pública era uma questão de foco jornalístico, Serra respondeu: "Não. É uma luta difícil e que vai se desenvolvendo de maneira necessariamente desigual. Uma hora melhora um, outra hora melhora outro.

DO GLOBO

Em SP, números mostram crescimento de dez em 14 tipos de crime
SÃO PAULO - Em todo o estado de São Paulo, em 14 tipos de crime acompanhados pela secretaria de Segurança Pública, dez voltaram a crescer no primeiro trimestre do ano. Desde 2003, a criminalidade vinha apresentando tendência de queda no estado. O maior crescimento foi nos latrocínios (roubo seguido de morte) com alta de 36,2%. Os roubos a banco apresentaram queda de 13,26%

- É uma fase difícil se comparada com anos anteriores, onde os índices eram melhores. O momento é de muita atenção - disse Túlio Kahn, responsável pela Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da SSP.

Os roubos aumentaram 19,13% no período, em comparação ao mesmo período de 2008. Foram 63.729 ocorrências de janeiro a março, o maior número registrado em um trimestre desde 1996, quando o levantamento começou a ser feito. No estado, os estupros aumentaram 33,25% e os roubos de veículo, 33,02% no mesmo período.
Depois de uma série de 29 trimestres em queda no estado, os homicídios aumentaram pelo segundo trimestre consecutivo (0,7% em comparação ao 1 trimestre de 2008). Na capital, houve queda de 6,4% e na Grande São Paulo, de 6,7%. Já no interior, o aumento no número de assassinatos foi de 11,06%, o que gerou o aumento percentual no estado.

As lesões corporais e as mortes culposas (sem intenção) caíram 12,5% e 7,37%, respectivamente. De acordo com a SSP, os números são resultado da fiscalização da Lei Seca. A maior parte destas ocorrências está relacionada a acidentes de trânsito.

Foi o maior número de prisões realizadas no 1º trimestre em oito anos. Foram 30.872. O número só é menor que o de 2001, quando foram 32.955 prisões. O número de armas apreendidas também aumentou em relação aos três primeiros meses de 2008: 4,5%.

O delegado geral da Polícia Civil, Domingos Paulo Neto, anunciou que serão concentrados esforços para diminuir o número de roubos no estado.

De acordo com Túlio Kahn, existe uma relação direta entre o desemprego e a criminalidade. Cada ponto percentual no aumento do desemprego implicaria em um acréscimo de 5 mil novos roubos em uma região. Apesar disso, Kahn não atribui o aumento dos roubos à crise econômica mundial.

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