Estado investiu R$ 2 milhões em materiais importados do Canadá, como um aparelho que detecta eventual explosão de bombas
O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar começou o ano de 2010 mais equipado para o seu trabalho. Ganhou novos equipamentos para suas operações, principalmente na detecção e eventual explosão de bombas colocadas, criminosamente, em áreas públicas ou privadas. As novidades são unidades de exploração tipos videoscópio, fibroscópio e outra usada por baixo de portas, reverso de olho mágico, manta balística, raios X e conjuntos de remoção e contenção de bombas. Tudo isso já está no quartel do Gate, na Vila Maria, na Capital, à espera de futuras operações. Ao todo, o Governo do Estado investiu R$ 2 milhões nos materiais importados do Canadá.
O comandante do Gate, capitão Adriano Giovaninni, informa que as unidades de exploração são dotadas de microcâmeras instaladas para acompanhamento do local da ocorrência. O reverso serve para observar pelo olho mágico de uma porta. O raio X permite análise através da parede e a manta é uma espécie de cobertor à prova de bala. A maior novidade fica por conta da tenda de contenção, semelhante a uma barraca de acampamento, para evitar que a explosão de uma bomba, quando é a única alternativa a ser tomada pela equipe do Gate, cause danos a pessoas ou ao patrimônio ao redor.
As tendas, fabricadas em três tamanhos, dispõem de injetor (mangueira) de material semelhante à espuma para reduzir o impacto da explosão e um aspirador para retirar os detritos que se formam no interior. São feitas de fibra de aramida, material leve e resistente aos explosivos C4 e trinitrotolueno (TNT), ambos de uso militar, de alto poder de destruição. A tenda é utilizada em diversas ocorrências, porque permanece incólume após o uso.
O capitão Giovaninni informa que, até a primeira semana de fevereiro, o Gate não havia atendido nenhuma ocorrência com bomba. Mas no ano passado a sua equipe atuou em centenas de situações, reais ou de apenas ameaça. O Gate é formado por 70 soldados (sendo quatro mulheres), que são treinados em sua sede, na Vila Maria, bem como em outras partes do Brasil e do Exterior. Seus policiais já ensinaram ou aprenderam técnicas na Colômbia, Argentina, Estados Unidos, Chile e El Salvador.
Perigo constante
Giovaninni, 23 anos de Polícia Militar, dos quais 15 anos no Gate e seis no comando, explica que seus policiais atendem, além de ameaça por bomba, outras missões perigosas: ocorrência com reféns, rebelião em prisões, busca e captura de criminosos em locais de difícil acesso e ações de terrorismo. No ano passado, ele e seus comandados participaram de 17 operações onde havia reféns em poder de agressores. Ele informa que seu grupo trabalha em três frentes de atuação. Além das operações em campo, seus soldados fazem intercâmbio de técnicas com policiais de outros Estados e países, e praticam treinamento interno todo dia. Quando o espaço da Vila Maria não permite algumas manobras, eles vão para outros locais.
Numa ação perigosa, bomba ou refém, Giovaninni diz que é necessário, antes e depois da operação, realizar trabalho de gerenciamento de crise. "Temos de mapear o local da ocorrência, isolar algumas áreas, colocar os policiais em lugares estratégicos. Tudo isso para propiciar segurança a soldados, população, imprensa, reféns e agressor. Giovaninni é também treinado em negociação e já participou de operações importantes como no dia em que um sequestrador invadiu a casa do apresentador Silvio Santos, em 2001, e do carro-bomba, na Barra Funda, capital, em 2008.
O Gate pertence ao 4º Batalhão de Choque, bem como o Comando de Operações Especiais (COE) e o Canil da PM, todos na Vila Maria, zona norte da capital. Os outros batalhões do Policiamento de Choque são Tobias de Aguiar (Rota), Anchieta (atua em segurança de eventos), Humaitá (controle de distúrbio civil e rebelião em prisão) e a Cavalaria da Polícia Militar. Todos baseados na capital, mas com atuação em âmbito estadual.
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