quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
País reduz homicídios pela 1ª vez em 5 anos, diz ONG
Na contramão de outros Estados, só o Rio e Roraima diminuíram seus investimentos em segurança pública
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
Pela primeira vez desde 2004, o Brasil apresentou uma queda no número de homicídios dolosos (intencionais). A redução foi pequena, pouco mais de 1%, o que para os especialistas significa que houve uma estagnação do crescimento que estava ocorrendo nos últimos anos.
Os dados foram compilados no anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ontem em São Paulo, e foram fornecidos pela União e pelos Estados. A ONG faz uma comparação entre 2008 e 2009.
"O país tem uma hemorragia, conseguimos estancá-la, mas não curá-la", diz o secretário-geral do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima.
No ano passado, foram registrados 43.016 casos de assassinatos. No anterior, foram 43.635. Em um caso pode haver mais de uma vítima.
Os dados estão sujeitos à revisão, já que 15 unidades da federação têm sistemas de divulgação considerados falhos pela ONG. Ou seja, pode haver subnotificação de crimes. O Acre, por exemplo, não repassou seus dados.
Estado-chave no combate ao crime organizado no país, o Rio diminuiu o valor gasto com cada habitante em segurança pública. Segundo o fórum, o Rio reduziu, entre 2008 e 2009, de R$ 310 para R$ 231 o valor gasto por habitante com segurança.
A redução do governo Sérgio Cabral (PMDB) foi de 25% - passou de R$ 4,9 bilhões para R$ 3,7 bilhões. Além do Rio, só Roraima cortou os gastos com segurança: 10%. Os demais Estados e a União elevaram as despesas.
Cabral negou ter havido queda e disse as despesas cresceram R$ 500 milhões -de R$ 4,4 bilhões em 2008 para R$ 4,9 bilhões em 2009.
Ele contestou os dados do anuário. Afirmou que é preciso contabilizar gastos com aposentadorias e pensões de policiais, que deixaram de entrar na conta do Orçamento a partir de 2009.
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