Hermano Freitas
Direto de São Paulo
Para o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sesvesp), João Palhuca, a atuação do vigilante que matou na segunda-feira passada um cliente do banco, em São Bernardo do Campo, região do ABC Paulista, mostrou o despreparo e a violação das regras estipuladas pelos cursos de formação da atividade. "Os cursos de qualificação ensinam que o vigilante só pode sacar a arma para reagir quando avistou uma arma na mão do agressor", afirma Palhuca.
A ação descontrolada do segurança pode ter sido atribuída em parte à baixa instrução, uma realidade latente no setor. O problema é admitido tanto pela entidade nacional dos trabalhadores quanto pela agremiação paulista das empresas que os contratam. A lei obriga que o interessado em um curso básico para exercer a profissão de vigia tenha no mínimo até a quarta série do primário, enquanto a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes acredita que o ensino médio seria o requisito mais razoável. O sindicato patronal admite que a escolaridade ainda é baixa, mas aponta escassez da mão de obra para apontar a complexidade de aumentar esta exigência.
Para trabalhar, os vigilantes precisam ter registro em uma empresa do setor, com certificado de conclusão do curso de formação e Carteira Nacional de Vigilante expedida pela Polícia Federal. Além disso, também é obrigatório ser aprovado por avaliações anuais de saúde física e psicológica e cursos de reciclagens a cada dois anos. O vigilante precisa ter ficha limpa, sem inquérito criminal aberto contra si.
Existem atualmente em atividade regular 800 mil vigilantes em atividade no País. Contados os que se estimam que estejam na informalidade este número salta para 1,5 milhão de homens armados fazendo a atividade de escolta armada de pessoas, lugares ou carros-fortes. Para efeito de comparação, o efetivo é aproximadamente o mesmo que o do Exército norte-americano. Dos vigilantes legais, 140 mil hoje atuam em São Paulo, maior Estado da federação. Mas falta gente, de acordo com Palhuca, o setor sofre com escassez de mão de obra e tem dificuldade para contratar.
"Desde que começou a ser contestada a jornada de 12 horas, que era cumprida até 4 ou 5 dias seguidos, e foi instituído o descanso de 36 horas depois, foi necessário contratar muita gente e falta profissional", diz Palhuca. O crescimento foi de aproximadamente 40 mil homens em um período de cerca de 5 anos no Estado. A falta de profissionais e a abrangência nacional da lei que regulamenta a atividade dificulta que a escolaridade mínima exigida cresça. "A baixa escolaridade não é um problema específico de São Paulo, mas se você considerar que a lei é nacional e precisa valer também para estados onde a escolaridade média da população é menor, entende que isso pode ser uma dificuldade", disse.
O presidente da Confederação dos Vigilantes considera a formação da categoria "genérica" e remuneração "insuficiente". Segundo José Boaventura, o teto salarial nacional é de R$ 1.200 no Distrito Federal, Estado que mais paga. Em São Paulo, o valor médio dos salários é de R$ 966 para o vigilante básico. O valor pode chegar a R$ 2 mil para o segurança com nível de "fiel de valores", ou seja, responsável por uma equipe de vigilantes patrimoniais de um carro-forte. De acordo com Boaventura, os cursos de formação hoje tem uma duração de 160 horas/aula, enquanto a categoria defende um curso de 300 horas/aula. ""Consideramos hoje a formação genérica, defendemos que melhore e as convenções coletivas obrigam a que a empresa arque com este curso", disse. Em 2012, a reivindicação salarial dos trabalhadores será para um teto de R$ 3 mil.
Para Boaventura, a ação do vigia que resultou na morte do fiscal Sandro Antônio Cordol, 33 anos, não está relacionada somente à baixa escolaridade e salários deficitários. O dirigente aponta que a falha foi do banco, uma vez que o segurança já havia registrado uma reclamação a respeito de um atrito anterior que teria tido com o cliente. "A providência correta teria sido transferir o segurança ou coloca-lo em um tratamento psicológico para saber o que se passava naquela situação específica", diz Boaventura. O dirigente sindical aponta a omissão das agências em informar aos clientes sobre o correto funcionamento das portas-giratórias. De acordo com ele, fica a cargo do vigilante administrar o conflito com clientes que tem a entrada barrada.
O Terra entrou em contato com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para que se posicionasse sobre o assunto, mas a entidade não deu resposta até a publicação da reportagem.
sábado, 8 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Ato lembra 19 anos de Massacre do Carandiru | Agência Brasil
Ato lembra 19 anos de Massacre do Carandiru | Agência Brasil
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Dezenas de entidades da sociedade civil realizaram no final da tarde de hoje (2) um ato para lembrar os 19 anos do assassinato de 111 presos que cumpriam pena na Casa de Detenção de São Paulo, no bairro do Carandiru, conhecido como Massacre do Carandiru.
No dia 2 de outubro de 1992, cerca de 360 policiais invadiram, durante uma rebelião, a Casa de Detenção e mataram, com uso de metralhadoras, fuzis e pistolas, 111 presidiários. A ação dos policiais é considerada um dos mais violentos casos de repressão a rebelião em presídios.
O ato de hoje foi realizado no Parque da Juventude, no mesmo local da antiga Casa de Detenção, implodida em 2002.
“O massacre não terminou e continua em nossas periferias com chacinas de população de rua e pessoas pobres. Com o ato de hoje, queremos dar início a uma grande discussão, durante todo o ano, até completar os 20 anos do massacre, sobre a segurança que temos e a segurança que queremos”, destacou o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária.
Na última sexta-feira (30), o Tribunal de Justiça de São Paulo negou recurso da defesa e decidiu manter a decisão de levar a júri popular os 76 acusados pelo massacre. Único acusado do crime na penitenciária julgado até agora, o coronel Ubiratan Guimarães, foi inocentado. Ele era o comandante da corporação à época e foi assassinado em 2006.
Edição: João Carlos Rodrigues
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Dezenas de entidades da sociedade civil realizaram no final da tarde de hoje (2) um ato para lembrar os 19 anos do assassinato de 111 presos que cumpriam pena na Casa de Detenção de São Paulo, no bairro do Carandiru, conhecido como Massacre do Carandiru.
No dia 2 de outubro de 1992, cerca de 360 policiais invadiram, durante uma rebelião, a Casa de Detenção e mataram, com uso de metralhadoras, fuzis e pistolas, 111 presidiários. A ação dos policiais é considerada um dos mais violentos casos de repressão a rebelião em presídios.
O ato de hoje foi realizado no Parque da Juventude, no mesmo local da antiga Casa de Detenção, implodida em 2002.
“O massacre não terminou e continua em nossas periferias com chacinas de população de rua e pessoas pobres. Com o ato de hoje, queremos dar início a uma grande discussão, durante todo o ano, até completar os 20 anos do massacre, sobre a segurança que temos e a segurança que queremos”, destacou o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária.
Na última sexta-feira (30), o Tribunal de Justiça de São Paulo negou recurso da defesa e decidiu manter a decisão de levar a júri popular os 76 acusados pelo massacre. Único acusado do crime na penitenciária julgado até agora, o coronel Ubiratan Guimarães, foi inocentado. Ele era o comandante da corporação à época e foi assassinado em 2006.
Edição: João Carlos Rodrigues
sábado, 1 de outubro de 2011
A privatização da segurança | Brasilianas.Org
A privatização da segurança | Brasilianas.Org
Enviado por luisnassif, sab, 01/10/2011 - 11:00
Por Gilberto _
Má idéia...
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0110201101.htm
São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2011
Plano libera uso de guarda privada em prisões e ônibus
Governo defende uso de segurança particular armada para liberar PMs
Projeto do Ministério da Justiça permite ainda contratar empresa para a vigilância de eventos, como shows e jogos
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
O governo federal quer permitir a contratação de empresa privada para serviços de segurança armada em presídios, transportes coletivos e em eventos, como jogos de futebol e shows.
Chamado "estatuto da segurança privada", o projeto foi apresentado pelo Ministério da Justiça a empresas e sindicato do setor.
Pela proposta, as empresas poderão atuar na segurança patrimonial dos presídios -inclusive para agente de muralha- mas não assumiriam o papel de carcereiros.
Elaborado sob medida para realização dos Jogos Olímpicos e para a Copa, o texto atribui ao organizador de eventos a responsabilidade pela segurança interna nos estádios e praças de show.
A intenção seria liberar os PMs hoje dedicados à segurança de jogos e estádios.
O texto autoriza, em até 49%, a participação de capital estrangeiro nas empresas. Hoje, está proibido.
Um dos responsáveis pelo texto, Guilherme Vargas, da Polícia Federal, explica que a intenção é atualizar regulamentação do setor, de 1983.
Frisando que a proposta ainda está em discussão, Vargas afirma que, na prática, as empresas já exercem as atividades previstas no projeto. Mas não há regulamentação.
Segundo ele, o estatuto é discutido desde 2007. Mas o governo decidiu enviá-lo ao Congresso até o fim do ano.
A intenção, diz Vargas, é que as empresas privadas tenham ação complementar à dos órgãos de segurança.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vigilância, hoje existem 2.000 empresas no país.
INSATISFAÇÃO GERAL
A proposta de privatizar a segurança em ambientes públicos deriva da insatisfação geral com a segurança pública, diz Gláucio Soares, professor e pesquisador da Uerj.
"Diante disso, há duas possibilidades: investir pesado na segurança pública ou especificamente na privada, que acarreta alguns riscos, entre eles fugir ao controle. "
A ideia do governo é boa, diz Luís Sapori, coordenador do centro de pesquisa em segurança pública da PUC-MG.
"O aparato público não tem condições de estar presente em todas as situações do dia a dia ", disse.
Já para o diretor-executivo da Transfretur (sindicato das empresas de transporte por fretamento de SP), Jorge Miguel dos Santos, "essa não é uma exigência do mercado".
"É evidente que há algumas rotas que têm incidência de assalto, mas mesmo assim não justificaria [a contratação de seguranças]. O que é preciso é mais polícia nas estradas nesses trechos", diz.
Colaboraram JOHANNA NUBLAT, de Brasília, e REYNALDO TUROLLO JR.
comentario do Blog
Quando diante de noticia como essa, alguns leitores radicais que acham que seria uma ótima idéia o governo federal pudesse autorizar a contratação de empresa privada para serviços de segurança. Muitos acham que projeto deveria ser regulamentado e que a ação complementaria os órgãos de segurança. Trata-se de una tese de tamanho primarismo que até dispensa comentário inteligente.
Pois bem: quem trabalha com segurança pública precisam ser constantemente fiscalizados. Ocorre que não há fiscalização nem para nossos policiais, quem dirá para a segurança privada
Abaixo assinado MANIFESTO PELA REFORMA PRISIONAL NO BRASIL lhttp://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N13840
Enviado por luisnassif, sab, 01/10/2011 - 11:00
Por Gilberto _
Má idéia...
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0110201101.htm
São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2011
Plano libera uso de guarda privada em prisões e ônibus
Governo defende uso de segurança particular armada para liberar PMs
Projeto do Ministério da Justiça permite ainda contratar empresa para a vigilância de eventos, como shows e jogos
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
O governo federal quer permitir a contratação de empresa privada para serviços de segurança armada em presídios, transportes coletivos e em eventos, como jogos de futebol e shows.
Chamado "estatuto da segurança privada", o projeto foi apresentado pelo Ministério da Justiça a empresas e sindicato do setor.
Pela proposta, as empresas poderão atuar na segurança patrimonial dos presídios -inclusive para agente de muralha- mas não assumiriam o papel de carcereiros.
Elaborado sob medida para realização dos Jogos Olímpicos e para a Copa, o texto atribui ao organizador de eventos a responsabilidade pela segurança interna nos estádios e praças de show.
A intenção seria liberar os PMs hoje dedicados à segurança de jogos e estádios.
O texto autoriza, em até 49%, a participação de capital estrangeiro nas empresas. Hoje, está proibido.
Um dos responsáveis pelo texto, Guilherme Vargas, da Polícia Federal, explica que a intenção é atualizar regulamentação do setor, de 1983.
Frisando que a proposta ainda está em discussão, Vargas afirma que, na prática, as empresas já exercem as atividades previstas no projeto. Mas não há regulamentação.
Segundo ele, o estatuto é discutido desde 2007. Mas o governo decidiu enviá-lo ao Congresso até o fim do ano.
A intenção, diz Vargas, é que as empresas privadas tenham ação complementar à dos órgãos de segurança.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vigilância, hoje existem 2.000 empresas no país.
INSATISFAÇÃO GERAL
A proposta de privatizar a segurança em ambientes públicos deriva da insatisfação geral com a segurança pública, diz Gláucio Soares, professor e pesquisador da Uerj.
"Diante disso, há duas possibilidades: investir pesado na segurança pública ou especificamente na privada, que acarreta alguns riscos, entre eles fugir ao controle. "
A ideia do governo é boa, diz Luís Sapori, coordenador do centro de pesquisa em segurança pública da PUC-MG.
"O aparato público não tem condições de estar presente em todas as situações do dia a dia ", disse.
Já para o diretor-executivo da Transfretur (sindicato das empresas de transporte por fretamento de SP), Jorge Miguel dos Santos, "essa não é uma exigência do mercado".
"É evidente que há algumas rotas que têm incidência de assalto, mas mesmo assim não justificaria [a contratação de seguranças]. O que é preciso é mais polícia nas estradas nesses trechos", diz.
Colaboraram JOHANNA NUBLAT, de Brasília, e REYNALDO TUROLLO JR.
comentario do Blog
Quando diante de noticia como essa, alguns leitores radicais que acham que seria uma ótima idéia o governo federal pudesse autorizar a contratação de empresa privada para serviços de segurança. Muitos acham que projeto deveria ser regulamentado e que a ação complementaria os órgãos de segurança. Trata-se de una tese de tamanho primarismo que até dispensa comentário inteligente.
Pois bem: quem trabalha com segurança pública precisam ser constantemente fiscalizados. Ocorre que não há fiscalização nem para nossos policiais, quem dirá para a segurança privada
Abaixo assinado MANIFESTO PELA REFORMA PRISIONAL NO BRASIL lhttp://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N13840
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