Ao assumir a Administração Penitenciária no final de maio de 2006, foram 91 motins; no ano seguinte, nenhum foi registrado
Gestão também foi marcada pela falta de transparência, já que ele proibiu divulgação de informações sobre número de presos no Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, estava no comando da pasta da Administração Penitenciária (SAP) desde maio de 2006, quando assumiu em meio aos ataques da facção criminosa PCC contra as forças de segurança do Estado.
À frente da SAP, Ferreira Pinto conseguiu diminuir as rebeliões e fugas nos presídios. Ao assumir em 2006, no auge da crise, foram 91. Em 2007, nenhum caso foi registrado. Em 2008, foram apenas três.
Sua gestão também foi marcada pela falta de transparência: ele proibiu a divulgação do número de presos. Antes, a SAP divulgava os dados gerais e a divisão por presídios.
Hoje, o sistema prisional no Estado, segundo dados do Ministério da Justiça, opera com uma população 50% acima de sua capacidade.
Ele também proibiu a divulgação de informações sobre rebeliões e mortes nas cadeias. Somente ontem, após ele ser anunciado para o novo posto, é que alguns desses dados foram divulgados. Os números sobre a população carcerária, porém, continuam sob sigilo.
O governador José Serra (PSDB) orientou Ferreira Pinto a não fazer grandes alterações nos principais cargos da secretaria, mas algumas trocas deverão ocorrer, como no comando-geral da PM e na Delegacia-Geral da Polícia Civil.
Para deputados governistas, Serra mostrou disposição em voltar à política "linha-dura" com a troca de Ronaldo Marzagão por Ferreira Pinto, como na época de Saulo de Castro Abreu Filho, visto como truculento.
Ferreira Pinto é ligado ao ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1995), que teve sua gestão marcada pelo massacre dos 111 presos no presídio do Carandiru.
Durante sua gestão na SAP, ele recusou 97 pedidos de entrevista feitos pela Folha.
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