sábado, 18 de abril de 2009

Adolescentes são suspeitos de ameaçar professora de morte no interior de SP



Segundo a polícia, eles disseram que iriam sequestrar filho da vítima.
Jovens de 12, 13 e 14 anos foram identificados em Franca.


Três adolescentes de 12, 13 e 14 anos são suspeitos de ameaçar uma professora de uma escola pública de Franca, a 400 km de São Paulo. Segundo a polícia, a vítima recebeu ameaças de morte e de ter seu filho pequeno sequestrado durante dois dias. Os jovens foram identificados na quinta-feira (16).

A professora recebia várias ligações por dia pelo celular. Ao abrir a caixa do correio de sua casa, encontrou uma bala de revólver e um bilhete ameaçador. Em um dos trechos, escrito com erros de português, estava escrito: “vamos ver se você tem peito de asso para aguentar duas balas”. De acordo com a polícia, os alunos da Escola Estadual Lydia Rocha Alves foram ouvidos e confirmaram as intimidações. Eles tinham um plano elaborado: iriam entrar na casa da professora para roubar bens materiais e sequestrar o filho dela, de 3 anos de idade.Segundo a delegada Graciela Ambrósio, os alunos alegaram em depoimento que o motivo das ameaças era maldade. “Pelo que entendi eles tinham realmente a intenção de chegar a concretizar algum delito”, diz Graciela. No dia seguinte às ameaças, a professora recebeu uma carta cheia de carinho e apoio de uma das alunas que havia escrito a outra carta de ameaça.

A diretora da escola, localizada no Jardim Aeroporto, não quis comentar o assunto, mas informou que mais professores convivem com o desrespeito dos alunos. Os alunos estão suspensos da escola e na próxima semana um conselho de pais e professores deve decidir se eles serão transferidos. Os pais dos três adolescentes também deverão apresentá-los na Vara da Infância e Juventude.

COMENTO:

É melhor declarar a falência do ensino público e lacrar de vez os portões de todas as escolas do Estado de São Paulo. Pesquisa sobre violência nas escolas públicas feita já algum tempo pelo Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de SP (Udemo) aponta que a situação da violência torna-se muito grave. Ou seja, os números são coisa de filme de terror.
Uns dos índices que mais aumentaram foram de depredação e desacato aos professores, respectivamente 63% e 78%. Em seguida, as brigas entre alunos em 45%. Do total, um quarto das escolas sofre com ameaça de morte aos professores, funcionários ou alunos. Na época o sindicato fez a seguinte pergunta: a escola sofreu algum tipo de violência em 2007? Resposta, 86% dos entrevistados responderam sim. Mais da metade das escolas já foi vítima de depredação, pichação ou dano a veículo de professor e, em 38% dos locais avaliados, houve registros de explosão de bombas.

Ou seja, brigas envolvendo agressão física entre estudantes ocorreram em 85% das instituições, e o desacato a mestres, funcionários ou à direção, em nada menos do que 88% das escolas. Enfim, de cada dez escolas consultadas, pouco mais de uma parece estar conseguindo manter a ordem.
Outra pesquisa realizada pela organização não-governamental Internacional Plan, em 2008 aponta que por dia, cerca de 1 milhão de crianças em todo o mundo sofrem algum tipo de violência nas escolas.
Apesar de ser notável a existência da violência dentro da escola, aumentando a cada ano, as pesquisas são parciais. Não existe um estudo feito pelos órgãos públicos abrangendo todas as escolas brasileiras inclusive as escolas particulares. Os dados, em sua maioria, são obtidos por instituições não-governamentais.

Junto a essa desorganização, a sociedade enfrenta problemas que, antigamente, eram das famílias. Reflexo das conseqüências da ditadura. Ou seja, de um período triste da nossa historia. A verdade é que os pais nem sempre colocam limites aos filhos. Eles não querem ser autoritários, mas acabam empurrando para a escola a função de educar, visto que responsabilidades são dos pais. A expulsão de alunos foi, praticamente, extinta.

A escola é do povo e para o povo. Deveria haver uma campanha publicitária visando à conscientização de que educação é investimento para a VIDA. Os pais precisam assumir seus filhos, assim como a comunidade deve "assumir" a ESCOLA, e a sociedade, a EDUCAÇÃO.

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