Constantino é acusado de encomendar assassinato de líder comunitário que ocupava terreno
BRASÍLIA - Réu em processo por homicídio e com prisão preventiva decretada pela Justiça, o empresário Nenê Constantino, dono da companhia aérea Gol, está sendo procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal. Ele não foi localizado nos endereços residencial e comercial de Brasília, e seus advogados de defesa afirmam que estão negociando uma apresentação espontânea. Se isso não ocorrer, poderá ser solicitado o auxílio da Polícia Civil de São Paulo, onde o empresário supostamente estaria sob a proteção de amigos.
Constantino é acusado de ser o mandante do assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, executado com três tiros em outubro de 2001. Ele liderava um grupo de cerca de cem pessoas que ocupava o terreno em volta da garagem da viação Planeta, que pertence ao empresário, na cidade satélite de Taguatinga.
A polícia apurou que dois empregados de Constantino - João Alcides Miranda e Vanderlei Batista Silva, indiciados como co-autores -, contrataram um pistoleiro goiano, até agora não capturado, para assassinar o líder, como forma de intimidar os demais ocupantes da área. Antes da execução, o empresário fez ameaças diretas de morte ao líder comunitário, que sofreu agressões e teve seu barraco incendiado.
Em nota divulgada na ocasião da denúncia, Constantino afirmou que nega veementemente o que chamou de "injusta e inverídica acusação". Ele disse também que o inquérito não tem qualquer indício que possa sustentar a acusação e prometeu demonstrar sua inocência ao longo do processo.
O delegado Luiz Julião Ribeiro, chefe da Divisão de Investigação de Crimes contra a Vida, disse que a prisão tem o objetivo de garantir a instrução do processo, pois Constantino teria usado seu poder econômico e político para ameaçar testemunhas e obstruir provas. "Sua atuação nociva ao trabalho da Justiça e da polícia está fartamente caracterizada", afirmou.
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