SÃO PAULO - O Estado de São Paulo foi condenado a pagar 250 salários mínimos para a mulher e cada um dos três filhos de José Airton Honorato, de 35 anos, um dos 12 supostos assaltantes mortos na Operação Castelinho, em 5 de março de 2002. Laudos do Instituto de Criminalística (IC) e depoimentos de testemunhas obtidos pela reportagem indicam que os 12 homens não morreram em tiroteio com policiais militares, como alega a corporação, mas foram executados. Segundo a perícia, das 16 armas que teriam sido apreendidas com o grupo, 14 não apresentavam manchas de sangue.
Dos 12 mortos na operação, ocorrida na praça do pedágio da Rodovia Senador José Ermírio de Moraes (conhecida como Castelinho), em Sorocaba (SP), 8 estavam num ônibus, 2 numa picape D-20 e 2 numa Ford Ranger roubadas. Honorato era motorista do coletivo e foi visto por testemunha sendo retirado do ônibus por um PM e alvejado na sequência. A Operação Castelinho foi planejada por PMs do Grupo de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância (Gradi), criado pela Secretaria da Segurança Pública para investigar crimes raciais, de sexo e religião.
O Gradi, porém, passou a apurar ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) e retirou presos de cadeias para infiltrá-los em quadrilhas da facção. Quatro infiltrados - além de dois agentes do Gradi - convenceram os 12 homens a roubar R$ 28 milhões de um avião-pagador inexistente em Sorocaba. A emboscada foi na Castelinho. Segundo o advogado Antonio Roberto Barbosa, o Brasil está no banco dos réus na Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington por causa da operação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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