sábado, 6 de junho de 2009


Em gravação apreendida em computador, suspeito de sequestro ensina filho e sobrinha a dar coronhadas e exigir dinheiro

Acusado de ter participado de sequestro de mãe e filho em Navegantes (SC), homem que aparece na filmagem está foragido

MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

Um vídeo caseiro apreendido por policiais civis em Santa Catarina mostra um suspeito de planejar um sequestro no município de Penha (120 km de Florianópolis) ensinando duas crianças a praticar um assalto.
As imagens estavam em um computador apreendido durante as investigações.
O sequestro, ocorrido na semana passada, durou 32 horas e terminou com a libertação dos reféns -uma mulher de 43 anos e o filho dela, de três- após pagamento de parte do resgate. Eles estavam em um cativeiro em São Paulo.
Após a liberação, a polícia prendeu três mulheres suspeitas de participação no crime, entre elas Viviane Stem, 29, mulher do suposto líder do grupo, identificado como Rafael de Borba, que está foragido.
A mãe e uma irmã de Viviane também foram presas. Ambas tinham antecedentes criminais, segundo a polícia.
Em um computador apreendido, policiais localizaram um vídeo em que Borba aparece deitado numa rede enquanto duas crianças -seu filho, de quatro anos, e uma sobrinha, de três- brincam ao seu lado.
Com um revólver de brinquedo, a menina é orientada pelo tio a agredir, dar tiros e exigir dinheiro de uma boneca. O filho do suspeito grita: "Mata ela, pai, mata ela. Deixa que eu mato ela um pouco".
Em seguida, Borba ensina a menina: "Diz pra ela: "Cadê meu dinheiro, boneca?'" Ela repete as palavras e é orientada a dar "coronhadas". A menina não entende a "ordem" e é ajudada pelo tio a usar o cano da arma para simular a agressão na cabeça da boneca.
As imagens, diz a polícia, foram gravadas por Viviane.
"É um vídeo impressionante, repugnante mesmo", diz o delegado Renato Hendges.
O sequestro teve início na segunda-feira. Viviane Stem era camareira de um hotel em Penha, no litoral catarinense, onde estava hospedada uma família de Navegantes (SC).
Segundo o delegado, a camareira pensou que se tratasse de uma família rica e acionou a quadrilha. Mãe e filho foram libertados após o pagamento de R$ 57 mil -dos R$ 220 mil inicialmente exigidos.
Além de Rafael Borba, que possui antecedentes criminais por tráfico de drogas e homicídio no Paraná, outras três pessoas envolvidas no crime, duas em São Paulo, estão foragidas.
A polícia não soube informar se Viviane tem advogado.
As crianças estão na casa de um avô, um pescador que, segundo o delegado Hendges, não tem ligação com a quadrilha.

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