segunda-feira, 1 de junho de 2009

Juiz analisará se Suzane pode ir para semiaberto

Antes de requerer a progressão para cumprir a pena que resta no regime semiaberto, Suzane von Richthofen terá que ser avaliada por um exame criminológico, conforme pedido da Promotoria, para saber se ela já pode deixar a prisão.
A decisão foi do juiz Luís Geraldo Lanfredi, da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté.
O exame faz parte do processo que analisa a progressão de Suzane, presa em Tremembé (SP), condenada a 38 anos de prisão por ter participado do assassinato dos pais, para o regime semiaberto. Ele deve ser feito por uma junta, geralmente composta de psiquiatra, psicólogo e assistente social.
O resultado do exame é mais uma ferramenta colocada para auxiliar o juiz em sua decisão.
No último dia 12, o Superior Tribunal de Justiça concedeu a Suzane o direito de pedir para cumprir o restante da pena no semiaberto. Nele, terá o direito, por exemplo, de cumprir pena em colônia agrícola ou trabalhar fora, podendo deixar o presídio das 6h às 18h.



Acusação de Suzane é absurda, diz promotor

Ela disse à Justiça que Eliseu Berardo tentou seduzi-la no gabinete dele; na ocasião, a ex-estudante de direito estava presa em Ribeirão

"Vou provar minha inocência", disse Berardo, investigado pela Corregedoria do Ministério Público. Caso chega a ser "ridículo", afirmou


ROBERTO MADUREIRA

DA FOLHA RIBEIRÃO

Acusado por Suzane von Richthofen, 25, de tentar seduzi-la dentro de seu gabinete, o promotor Eliseu José Berardo, 44, da Vara de Execuções Criminais de Ribeirão Preto, afirma ser inocente. "É um absurdo, nego tudo", afirma ele, que é casado há 14 anos. Suzane, condenada pela morte dos pais, em 2002, disse a uma juíza que o promotor se ofereceu para ajudá-la e até pôs uma música romântica quando ela foi ao gabinete dele depor sobre supostos maus-tratos em uma penitenciária de Ribeirão, onde estava presa, em 2007. Após a acusação, a Corregedoria do Ministério Público abriu procedimento para apurar o caso. "Vou provar minha inocência", disse. À Folha, ele disse que o caso lhe causou problemas familiares e constrangimentos. A seguir, a entrevista:




FOLHA - Como o sr. reagiu às acusações de Suzane?
ELISEU JOSÉ BERARDO- A orientação que tenho [do Ministério Público] é para não polemizar. É um absurdo e nego tudo.

FOLHA - É uma história antiga?
BERARDO - Foi em janeiro de 2007. Em resumo: ela veio transferida para Ribeirão em setembro de 2006, se me recordo bem. Depois de um tempo, foi publicada uma reportagem com suspeitas de que ela tinha privilégios na cela. Diante disso, em setembro de 2006, fui à penitenciária, com um oficial de Promotoria. Tiramos fotografias da cela, com autorização da direção da penitenciária, e não constatamos nada. No mesmo dia, ela e detentas da cela reclamaram muito das condições e do tratamento recebido. Então, instaurei um inquérito civil para apurar.

FOLHA - Foi nesse caso que surgiu a situação narrada por Suzane?
BERARDO - Sim. Na investigação, você ouve quem? Pessoas que fizeram as denúncias, a outra parte, no caso a direção e funcionários da prisão, e outras presas, como testemunhas. Então, evidentemente ela foi ouvida, mas foi ouvida na Promotoria e com autorização judicial. Está tudo documentado.

FOLHA - Como foi essa audiência?
BERARDO - Ela foi ouvida duas vezes. A primeira vez foi rápida, e ela manifestou vontade de voltar, pois tinha mais coisas a dizer. Na segunda vez, todos [imprensa] ficaram sabendo e houve muito tumulto. Por isso, acabou demorando mesmo.

FOLHA - Ela diz que o sr. tentou provocar um clima romântico.
BERARDO - Ela disse que coloquei música romântica para ela, suponho que em um aparelho portátil. Pois nunca tive um aparelho de som portátil na minha vida. Isso foi dito na corregedoria, quando prestei depoimento. Então, começa daí. Falou também que escrevi poesias. Essa, me abstenho até de comentar, fazer poesias para ela... Chega a ser ridículo.

FOLHA - É comum fazer audiência com presos por esses motivos?
BERARDO - Quando vou a penitenciárias, ouço presos. Agora, em inquérito civil e com presas mulheres, me parece que foi o primeiro, mas tudo em virtude da solicitação delas mesmas.

FOLHA - Que motivos ela teria para contar essa história?
BERARDO - Não tenho a mínima ideia.

FOLHA - A divulgação do caso lhe causou constrangimentos?
BERARDO - É uma situação muito chata. Principalmente porque as pessoas não conhecem os fatos, mesmo que a acusação venha de uma presa. Algumas pessoas ficam em dúvida e acabam te olhando de forma diferente. Sinto-me constrangido com isso tudo, tanto no ambiente de trabalho, no âmbito familiar, com amigos. Principalmente agora, que isso tudo veio à tona. Na família também, mas mais da minha parte.

FOLHA - O sr. vai processá-la?
BERARDO - Não, não pretendo. Se ela fez essas alegações, teve os motivos dela, que não sei quais são, elas vai ter de provar, evidentemente. Eu me sinto triste, magoado com isso tudo, mas fazer o quê?

COMENTARIO DO BLOG

Como não olhar de forma diferente? Ora, não, não é muito comum fazer audiência com presos por esses motivos. Na verdade, quando um preso quer fazer alguma denucia, procura logo o Juiz Corregedor, que por sua vez solicita a presença do preso, ou dirige-se até a Penitenciaria e conversar com o detento na presença do Diretor. Portanto, quando um preso quiser fazer alguma denucia procura o juiz corregedor ou encaminha para a corregedoria dos presidios.Ou seja, muitas vezes denuncia quem o faz, quase sempre, é a familia ou o advogado, portanto, é muito estanho que a Suzane von Richthofen foi encaminhada ao gabinete de Eliseu José Berardo promotor.

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