Uma guerra entre facções está prevista para começar por volta do próximo dia 3 de agosto. Mas esta guerra não será real e vai acontecer na internet, entre participantes de jogos chamados RPG Terror ou RPG Favelas, que simulam confrontos entre quadrilhas organizadas semelhante aos das favelas do Rio
RPG do tráfico: polícia nega apologia. mas critica o jogo
Mario Hugo Monken, Jornal do Brasil
RIO - Alertada pelo JB sobre a existência do jogo, a titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Informática (DRCPI), delegada Helen Sardenberg, disse que ainda não encontrou elementos que pudessem vincular o RPG Terror a práticas criminosas.
– São indivíduos se passando por criminosos, a compra de armas é simulada, o dinheiro é virtual. Ainda não vi crime, mas estamos analisando – afirmou ela
Para Hellen, trata-se de um jogo de muito “mau gosto”, “antiético” e que deveria ser retirado do Orkut por iniciativa do site.
Dois especialistas ouvidos pelo JB também não consideram que há crime, mas criticaram o jogo.
Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da ONG Safernet (que reúne denúncias de crimes na internet), disse que o jogo não tem nenhuma prática criminosa:
– A simulação de jogos de violência não é considerado apologia. Assim como existe este jogo, tem jogo de rituais macabros, terrorismo e de guerra. O crime só ficaria caracterizado se houvesse incitação clara para prática concreta do ato. Neste RPG, não vi isso – declara.
Nejm, entretanto, afirmou que este tipo de jogo causa um grande prejuízo social:
– Esse jogo mostra a total banalização e naturalização da violência. Ninguém se beneficia disso – reclamou.
Ativista de liberdade na internet, o sociólogo e professor da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, Sérgio Amadeu da Silveira, afirmou que é preciso tomar cuidado com grupos que discutem no Orkut.
– Muitos marcam encontros violentos pelo site – alertou ele, que concorda que esses jogos são desaconselháveis. – Mas não existe correlação entre os games violentos e o aumento da violência.
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