Moradores de favela na zona norte acusam polícia de matar mecânico; PM diz que homem era traficante
Moradores da favela Chica Luiza, no bairro de Perus, zona norte de São Paulo, queimaram dois ônibus ontem para protestar contra a Polícia Militar, que na sexta-feira matou um mecânico de 45 anos no local.
Os manifestantes disseram que o morador foi morto pela PM sem poder reagir.
Segundo o relato da PM, José Walter Ferreira da Silva estava num ponto de tráfico da favela e, durante uma abordagem, não respeitou uma voz de prisão e atirou primeiro nos policiais, que revidaram. A PM disse ter apreendido um revólver 38 com numeração raspada, drogas e um rádio.
"Ele tinha visto que os policiais estavam por aqui e ouviu um tiro. Ficou preocupado e saiu para procurar os meninos, que estavam na rua", disse Angela Ferreira, 43, mulher dele. José Walter levou três tiros.
A filha do mecânico, de 16 anos, disse ter visto o pai caído no chão, com o rosto ferido, e cerca de seis policiais em volta. "Eles pegaram o RG do meu pai no bolso e, quando viram o nome, perceberam que era a pessoa errada. Um deles até colocou a mão na cabeça", disse a garota. A PM não comentou a acusação -limitou-se a dizer, por meio de nota, que abriu sindicância e inquérito policial militar para apurar o fato.
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