Um homem negro foi espancado por seguranças de uma loja do Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi confundido com um bandido enquanto esperava no estacionamento a família, que fazia compras. A polícia abriu inquérito para apurar o caso de discriminação.
A agressão aconteceu duas semanas atrás. Januário Alves Santana estava ao lado do carro, um Escort, cuidando da filha, de 2 anos, que dormia no banco de trás. Segundo ele, um homem armado e sem uniforme se aproximou para tentar prendê-lo. Os dois lutaram até que outros seguranças apareceram. Santana tentou desfazer o mal entendido, mas disse que foi levado para um sala e espancado. Ele levou socos na boca e teve o maxilar afetado.
- Estava roubando o carro aqui, rapaz - disse o segurança pouco antes de dar um soco em Santana.
Ele disse que as agressões só pararam quando um policial militar chegou. Mesmo assim, ele continuou sendo humilhado.
- Você tem cara de que tem passagem pela polícia. Conta para nós. No mínimo, umas três passagens você tem. A sua cara não nega 'negão' - teria afirmado o policial.
- Pelo amor de Deus, o carro é meu - disse Januário, enquanto era agredido.
O Carrefour, por meio de um comunicado, informou que repudia qualquer forma de agressão e desrespeito, que vai colaborar com a polícia e espera que os responsáveis sejam rigorosamente punidos.
Santana disse que foi vítima de racismo e que pretende entrar com uma ação na Justiça. A mulher dele disse que está preocupada com o futuro dos filhos, que também são negros.
- Pode acontecer com eles também. Isso me dói. Acho que um negro não pode viver, não pode ter os seus bens conquistados pelo seu trabalho, seu suor. Isso me deixa muito ferida - disse Maria dos Remédios.
A direção do supermercado afastou da função o segurança responsável pela agressão. Ele é funcionário de uma empresa terceirizada.
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