sábado, 22 de agosto de 2009

Advogado é preso acusado de pedofilia

Polícia diz ter flagrado Luiz Flávio Prado de Lima, 47, com três meninas, de 14 e 15 anos, em seu apartamento em Higienópolis

Advogado é suspeito de pagar R$ 50 para manter relações sexuais com as meninas; ele nega e diz que pretendia ajudar as garotas


Acusado pela polícia de explorar sexualmente meninas moradoras de bairros pobres de São Paulo em troca de R$ 50, o advogado Luiz Flávio Prado de Lima, 47, foi preso em flagrante anteontem à noite em seu apartamento na avenida Higienópolis, na região central de São Paulo. Lima negou o crime e seu advogado afirma que houve uma "armação".
A delegada Deidiene Fialho Costa, responsável pela prisão, disse que flagrou Lima deitado em sua cama, seminu (só com uma camiseta), ao lado de uma menina de 15 anos.
Mais duas jovens, uma de 14, irmã daquela que estava na cama com Lima, e outra de 15 anos, amiga das duas, estavam no apartamento no momento em que a polícia o invadiu.
A polícia chegou a Lima depois que a mãe das duas irmãs foi ao 69º DP (Teotônio Vilela), na zona leste, para denunciar que a filha de 14 anos relatou ter recebido R$ 50 para manter relação sexual com o advogado na última segunda-feira.
"Como é muito pobre mesmo, essa menina de 14 anos usou o dinheiro para comprar uma blusinha, um par de brincos para presentear uma irmã e chocolates. Foi aí que a mãe desconfiou", disse a delegada.
Segundo Deidiene, ao contar à mãe que o advogado tinha dado os R$ 50 em troca de sexo, a menina revelou que, anteontem, ia novamente encontrá-lo, com a amiga de 15 anos, também moradora do Barro Branco, um dos pequenos bairros pobres que formam a Cidade Tiradentes, no extremo leste.
A mãe então mandou que a outra filha, de 15 anos, acompanhasse a irmã para protegê-la e foi procurar o DP. A polícia armou uma operação perto da estação Santa Cecília do metrô.
Por volta das 20h, Lima parou sua EcoSport e levou as meninas para seu apartamento. A delegada diz que, minutos depois, flagrou-o seminu na cama. Um computador foi apreendido no apartamento de Lima, que tem um filho de sete anos, mas vive sozinho.
"Ele disse que conhecia uma das meninas desde pequena e que tinha levado as três para o seu apartamento porque iria tomar banho e, depois, as levaria a um shopping para comprar sandálias para uma delas", disse a delegada Deidiene.
Ontem à noite, Lima foi transferido para o 40º DP (Vila Santa Maria), na zona norte, onde está o médico Roger Abdelmassih, também acusado de crimes sexuais.
Caso seja condenado, Lima poderá pegar uma pena que vai de quatro a dez anos de prisão.
O advogado, que atua na área cível, foi indiciado pela polícia no artigo 218-B (favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável) da lei de n.º 12.015, que entrou em vigor no último dia 7 e mudou a redação de alguns artigos do Código Penal.

outro lado

Foi armação, diz defensor do advogado



O advogado Jeferson Luiz Ferreira de Mattos, defensor do também advogado Luiz Flávio Prado de Lima, afirmou ontem que seu cliente "foi vítima de uma armação".
"O doutor Luiz [Lima] está tentando levantar elementos para entender o que aconteceu", afirmou.
"Ele nega que tenha feito e, da forma como ele [Lima] explica que aconteceu, dá a entender que efetivamente não participou dessa conduta [criminosa]", disse o defensor.
"Vi o procedimento [da prisão de Lima] e algumas coisas precisam ser apuradas, mas ainda estamos em uma fase de delegacia, nada se apura nesse momento. O questionamento da defesa será feito no fórum", disse Mattos.
À polícia o advogado Lima disse ter levado as três meninas para seu apartamento porque iria tomar banho e, na sequência, as levaria a um shopping center para comprar sandálias para uma delas.
"Papel aceita tudo. E vai haver contraprova. A Justiça vai conseguir apurar isso e colocar na balança as mentiras e as verdades", afirmou Mattos. (AC)

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