sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Órgão volta a livrar de punição policiais que mataram Jean Charles




Londres, 2 out (EFE).- Os policiais envolvidos na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, baleado em 2005 no metrô de Londres ao ser confundido com um terrorista, não serão punidos, reiterou hoje a Comissão Independente de Reclamações contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês).
A IPCC, que supervisiona o trabalho das Polícias do Reino Unido, revisou as provas coletadas durante a investigação pública do caso.

A nova análise foi feita a pedido dos parentes de Jean Charles, que pediu a aplicação de medidas disciplinares contra os agentes envolvidos na morte do brasileiro.

Segundo os advogados da família, as provas apresentadas no processo do ano passado deveriam fazer as autoridades reconsiderar sua posição e punir os responsáveis pela morte de Jean Charles, que tinha de 27 anos e era eletricista.

Mas um porta-voz da IPCC confirmou nesta sexta-feira que o órgão manteve a "decisão de não recomendar ações disciplinares contra os agentes implicados no tiroteio fatal de Jean Charles em julho de 2005".

Uma representante do movimento "Justiça para Jean", no entanto, afirmou que a resolução da IPCC "é uma paródia das conclusões da investigação (pública)".

"A decisão de hoje da IPCC dá sinal verde aos policiais para que atuem com impunidade", acrescentou a porta-voz da campanha, que pede justiça no caso do eletricista.
Quem foi Jean Charles de Menezes

Jean Charles de Menezes, de 27 anos, foi morto pela polícia britânica com sete tiros na cabeça, no interior do metrô de Londres, em 22 de julho de 2005. Duas semanas antes, quatro homens-bomba promoveram atentados suicidas que provocaram a morte de 52 pessoas em três estações de metrô e um ônibus na capital britânica. Um dia antes da morte de Jean Charles houve uma tentativa fracassada de novos atentados na cidade de Londres. A polícia, que mais tarde pediu desculpas pelo erro, alegou ter confundido Jean Charles com um dos suspeitos dos atentados fracassados do dia anterior à morte do brasileiro.

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