Homens pobres, entre 15 e 44 anos, são os mais expostos.
De 2001 a 2007, queda em áreas pobres foi de 21,7%; nas ricas, 19,7%.
A taxa de homicídios em São Paulo ainda é maior do que no começo da década de 1980, quando as mortes violentas começaram a aumentar "
Em 1996, 3.886 pessoas foram mortas em São Paulo. Começava ali um período de escalada da violência na cidade. Em 2001, ano em que o número de homicídios atingiu seu pico, foram 4.788 assassinatos.
Um estudo do Hospital Universitário da USP mostra que o aumento do número de mortes ficou restrito aos homens moradores de bairros pobres. A cidade de São Paulo foi dividida em quatro áreas e analisadas de acordo com o nível de desenvolvimento. A faixa em que os casos de violência se concentra fica entre os 15 anos e os 44 anos.
Desde 2001, as taxas de homicídios na cidade começaram a cair. Passaram de 185 por 100 mil habitantes para 62 por 100 mil, em 2007.
1996 2001 2007
Taxa de homicídios (por 100 mil mortes) 148 185 62
A pesquisa, publicada no “European Journal of Public Health”, revela que com a diminuição da violência a taxa de homicídios nas áreas pobres hoje (73 por 100 mil) é quase igual a dos bairros ricos em 1996 (70 por 100 mil). Naquele ano, eram 200 mortes por 100 mil nos bairros pobres. Atualmente, a taxa nos bairros ricos é de 30,5 por 100 mil.
“É uma boa notícia para todos. A queda foi até maior nas áreas mais pobres, mas porque eram números extremamente elevados”, diz o médico Paulo Lotufo, um dos autores do estudo e diretor do Hospital Universitário da USP.
Os dados mostram uma queda de 21,7% nos bairros pobres e de 19,7% nas áreas ricas. “O estudo mostra também que não houve uma epidemia de violência nas áreas mais ricas”, diz Lotufo. As áreas pobres continuam com índice bem superior.
Os dados da pesquisa, diz Lotufo, podem servir para a formulação de políticas públicas de segurança. Medidas como o controle da venda de bebidas alcoólicas para menores e horário de fechamento de bares mostraram bons resultados nas áreas mais pobres desde o início da década.
Apesar da queda, ainda há muito que fazer. “A taxa de homicídios em São Paulo ainda é maior do que no começo da década de 1980, quando as mortes violentas começaram a aumentar”, afirma o médico.
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