Bombeiros do Rio ganham três vezes menos que os de Brasília — Rede Brasil Atual
São Paulo - Bombeiros militares recém-formados em Brasília recebem três vezes mais do que os colegas do Rio de Janeiro. Os fluminenses, que figuram como o pior salário da lista (R$ 1.031), estão em campanha salarial desde o final de abril por aumento no piso salarial de para R$ 2 mil líquidos. Eles seguem acampados em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
No Rio de Janeiro, os bombeiros reivindicam também direito a vale transporte, direito não garantido. Brasília, no topo da lista, tem piso de R$ 4.129,73. Os bombeiros de Sergipe têm remuneração bruta de R$ 3.012, seguido de Goiás com R$ 2.722. São Paulo (R$ 2.170) aparece em quarto. Os dados são da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (Ascobom).
Outros estados também se encontram em campanha salarial no país. O Rio Grande do Sul, a pior remuneração da região sul, com R$ 1.172, pretende realizar assembleias com os trabalhadores. Os bombeiros militares de Minas Gerais reivindicam reajuste de 7% no salário-base (R$ 2.041.00), com o piso de R$ 4 mil para a categoria. Os bombeiros mineiros, que realizam passeata pela cidade, fazem assembleia nesta quarta-feira (8).
Em Pernambuco, os bombeiros pedem R$ 2.400 ante os R$ 1.331 de remuneração atual. Um aumento para R$ 2.100 foi previsto pelo governo do estado para o segundo semestre de 2011. Mas, eles têm realizado passeatas pela capital em conjunto com a Polícia Militar – que pedem equiparação com o salário da Polícia Civil – em reivindicação por aumento maior.
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF), deputado distrital Cabo Patrício (PT), afirmou que estão sendo organizadas caravanas de bombeiros de diversos estados do país para se solidarizar com os militares presos no Rio de Janeiro. A mobilização nacional é prevista para esta quarta.
PEC 300
Em março de 2010, a Câmara aprovou em primeiro turno a PEC 446/09, que remete a lei federal que definiria piso da remuneração dos policiais civis, militares e bombeiros de todos os estados. Este piso seria de R$ 3,5 mil para os militares de menor graduação – no caso dos soldados – e de R$ 7 mil para os de maior posto. A proposta de emenda foi relançada neste ano e se tornou PEC 300, com modificações. Atualmente, enfrenta impasse para votação. Desde o início do ano, 40 deputados apresentaram requerimentos.
A situação dos bombeiros foi debatida entre os parlamentares na Alerj na tarde desta terça-feira (7). O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) defendeu a resolução da crise por meio de negociação com o governo estadual. "Eles (os bombeiros) estão conscientes de seus direitos. Não consigo entender a manifestação equivocada de quem procura dizer que há influência desta ou daquela corrente política e tenta acender vela pra Deus e para o Diabo", se referindo à declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sobre possíveis influências políticas no movimento grevista.
"Os bombeiros militares que estão reivindicando são as verdadeiras vítimas e não são criminosos. Eles não cometeram qualquer delito. Ao contrário, estão sendo continuadamente violentados", disse o deputado, que questionou a validade do apoio do governo à categoria. "Se nos dedicarmos à analise dos ultimos episodios, os bombeiros também se mobilizaram em torno da PEC 300 durante muito tempo do ano passado. O que fez o governo? Como a reivindicação não era destinada ao governo, deram toda a proteção", finalizou.
Os parlamentares da Alerj decidiram trancar a pauta da semana em apoio às reivindicações e aos 439 bombeiros detidos na madrugada de sábado (4).
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