Com agentes disfarçados de mendigos, a Corregedoria da Polícia Militar prendeu, na madrugada de ontem, dez acusados de integrar uma quadrilha especializada em roubar caixas eletrônicos. As prisões foram em um ataque do grupo a uma agência do Itaú, no Pari (região central de São Paulo).
Três dos presos são PMs -os soldados Valdemir Maziero, Marcos Paulo de Souza e Clayton Vieira da Silva são acusados de dar cobertura aos ladrões. Segundo a Corregedoria, os PMs foram cooptados pela quadrilha porque sabiam o horário exato em que patrulhas da polícia passam na área.
Quatro dos sete civis presos estavam dentro do banco e se preparavam para destruir os caixas eletrônicos e retirar aproximadamente R$ 70 mil de cada um.
A quadrilha foi surpreendida por 20 PMs da Corregedoria, que soube do ataque ao receber, às 18h de quinta, uma ligação anônima com detalhes sobre a ação de quatro PMs -o quarto policial militar acusado de participar é o cabo Adriano Marques, do 37º batalhão (zona sul de São Paulo). Ele está foragido e é procurado pelo Deic (departamento de roubos) e pela Corregedoria.
O 37º batalhão é o mesmo que, no início deste ano, teve nove policiais presos sob a acusação de integrar o grupo de extermínio "Os Highlanders" -assim conhecido porque 5 de suas 12 vítimas foram decapitadas.
A Folha não teve acesso aos policiais militares presos e também não localizou seus respectivos advogados.
Dos 203 PMs no Presídio Militar Romão Gomes (zona norte de SP), 38 (19% do total) são acusados ou condenados por roubo ou furto.
Em 2007, oito PMs foram acusados de atacar caixas eletrônicos em todo o Estado; em 2008, nove; neste ano, já são dez os policiais militares acusados.
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